Uma novela de terror, ou de loucura, escrita por Henry James. Possivelmente o mais famoso trabalho do autor o que me parece muito estranho, pois a qualidade da história recomenda a leitura de outras obras do autor. Com certeza essa novela deve figurar no panteão dos livros de duplo sentido, ao lado do grande conto de Guy de Maupassant "O Horla".
Tudo começa numa reunião de amigos onde surge uma história de fantasmas envolvendo uma criança. Então um dos presentes sugere uma outra historia só que agora com duas crianças que é pra dar outra volta no parafuso ou seja tornar o caso ainda mais terrível que a história anteriormente narrada. Dessa forma surge o manuscrito de uma jovem preceptora que aceita a tarefa de educar um casal de crianças numa remota propriedade rural. A única exigência do patrão, um playboy sedutor, era jamais ser incomodado com assuntos referentes aos sobrinhos que ele deixava aos cuidados dela.
Jovem, humilde e sem experiência de vida ela deixou-se iludir pelos encantos do seu empregador e aceitou uma árdua tarefa sem refletir sobre as possíveis consequencias de sua escolha.
Logo ela se vê frente à frente ao mais encantador e perfeito par de crianças de todo o mundo. Tão perfeitos que possivelmente despertaram o desejo de obscuras criaturas do mundo dos mortos. Pouco tempo depois de sua chegada sons, pressentimentos e aparições começam a por em xeque a sanidade e os nervos da preceptora. Podendo contar apenas com o apoio de uma fiel governanta os dias se passam em busca do equilíbrio mental, da proteção das crianças e da solução do mistério que envolve as aparições.
O que eles querem?
Eles realmente existem?
As crianças sabem sobre eles?
O que fazer para salvar as crianças?
E o que elas tem de tão especial?
Henry James não vai dar as respostas. Creio que nem mesmo ele as tinha. E aí está aquilo que eu considero a genialidade da obra. Apesar de todas as aparições, sustos e coisas estranhas a única que podemos ter certeza de que vê alguma coisa é a jovem tutora. E como ela mesma põe em dúvida a própria sanidade ficamos o tempo todo entre acreditar ou não acreditar nela. O que nos leva ao final do livro que termina sem bater o martelo sobre os fantasmas serem de verdade ou não. O autor conduz a história com segurança levando-a a momentos de angústia, incerteza e desespero. A novela não é demasiado curta ou excessivamente longa. Começa num ritmo lento e vai aumentando conforme se aproxima do fim. E o clímax só é atingido na última frase do livro.
Com um final seco e sem mais explicações ele arremata uma ótima obra.
Segundo pequena biografia no final do livro o autor "atravessou uma profícua fase fantástica, cuja obra-modelo foi, sem dúvida, Outra volta do parafuso, culminando com os antológicos romances Os Embaixadores e A Taça Dourada."
Pelo que li nessa obra não terei receio em adquirir um outro trabalho de Henri James. Um escritor que recomendo sem medo. (Para aqueles que gostam de sentir medo)
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Obrigada pela recomendação, pois eu gosto de sentir medo. Um abraço!
ResponderExcluirA hora que você quiser é só pedir que eu te empresto.
ResponderExcluirUm abraço moça.
Obrigada. Quando chegar o momento, eu peço para você. Estou lendo livros interessantes que serão merecedores de resenha. Aguardem leitores deste blogue!
ResponderExcluirEntão anda moça, bota logo a lista de leitura em dia que é pra gente comparar opiniões.
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