terça-feira, dezembro 30, 2008

Balneário Barra do Sul. Parte II




Dos prazeres simples que a vida me concede, caminhar na praia é o que mais tenho usufruído nesse momento da minha vida. E Balneário Barra do Sul com sua praia interminável tem sido a parceira ideal para minhas caminhadas. Pés descalços na areia, vento nos cabelos, sol na pele e a total liberdade para ir e vir na hora que quiser tem preenchido esses dias com belezas como a dessa foto; um por do sol cheio de cores à beira-mar.
Pelo caminho vejo mar, areia e conchas multicoloridas. Rosa, marrom, azul e cores que sei descrever. Grandes, pequenas, perfeitas ou perfuradas. Elas encantam os olhos enquanto a gente passa. É difícil não parar para recolher ao menos uma. Um dia elas foram partes de um ser vivo, hoje, depois que a vida partiu ainda tem o dom de embelezar o mundo ao seu redor. Creio que é muito mais do que posso dizer de mim.
Talvez toda essa beleza da praia esteja apenas em meus olhos um fascínio particular. Entretanto, o poder revigorante que emana daquele lugar me seduz e alivia minhas dores e minhas dúvidas. Pode ser que o contado da pele com a areia descarregue as tensões. Ou a maresia infle meus pulmões com nova vida ou simplesmente o mergulho lave embora minhas preocupações.
O fato é que caminhar na praia me faz bem. E não estou falando do mesmo bem que os médicos falam ao receitarem caminhadas. Falo de um bem diferente. Particular. Um bem próprio que eu sinto e que tem mais conexão com a minha sanidade mental do que física. Um equilíbrio que não encontro na cidade. Uma paz que eu preciso e que não está aqui. Que eu não encontro na indolência da minha cama e nem na correria da cidade.
Amanhã estarei lá. À beira do Atlântico completando mais um ano de vida e me preparando para mais um ano de desafios. Não sei por onde andarei em 2009, mas tenho uma intuição de que o melhor lugar pra me encontrar será junto ao mar.
Um abraço a todos e nos vemos no Atlântico.

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segunda-feira, dezembro 22, 2008

Dia do vizinho

Amanhã 23 de dezembro dia do vizinho. Quem diria que uma criatura, na maioria das vezes, tão infame teria uma data comemorativa totalmente dedicada a ela. Não que todos sejam ruins, mas é que até hoje ainda não encontrei muitos que valessem à pena. E tenham certeza que eu já tive muitos, muitos vizinhos mesmo. Levando-se em conta que normalmente uma casa tem 03 vizinhos diretos e um apartamento tem uns 05. Eu já tive cerca de 44 vizinhos nessa minha curta existência. O que eu considero suficiente para embasar a minha aversão por esse tipo de proximidade.

Uma pequena mostra dos tipos de problemas a que fui exposto. Lixo jogado no meu quintal, portão e calçada. Briga de marido e mulher, espancamento da esposa ao vivo ou apenas gritos e sons do espancamento em questão. Briga entre parentes. Muro que desabou durante uma enxurrada. Salto alto na escada de madrugada. Bolinhas de gude no andar de cima. Sexo em cima de cama barulhenta. Cachorro latindo a noite inteira. Ensaio de escola de samba de dezembro a fevereiro. Música gospel todo sábado de manhã. Funk todo sábado à noite. Acrobacias de moto na frente da casa. Portas batendo. Fofocas. E praticamente todo tipo de incomodo que um ser humano pode causar aos seus semelhantes.

Vizinhos ruins são uma praga que se espalhou pelo mundo. Semelhante as testemunhas de Jeová. Não importa em que biboca você tenha se escondido eles sempre aparecem pra te converter. Feliz foi Adão que não teve vizinhos. E já que tocamos na Bíblia que tal os vizinhos do Lot, Gênesis 19, 4-5, que desejavam estuprar os hóspedes da sua casa. O cinema também foi pródigo em explorar esse tema em filmes tais como, O vizinho, Morando com o perigo e Duplex.

Talvez eu seja um pouco ranzinza ou simplesmente eu gostaria que os outros me tratassem com a mesma atenção que lhes dispenso. Mas hoje o meu grande sonho de consumo é uma casa no campo que fique a quilômetros de quaisquer outras pessoas. Onde eu possa desfrutar da paz e do sossego que não encontrei nos lugares onde morei.

Então nessa data especial desejo felicidades e sossego a todos os bons vizinhos que existem espalhados por esse mundo afora.

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quinta-feira, dezembro 18, 2008

Cartinha pro Papai Noel.

Para que não se diga pela blogosfera que no Máquina de letras não há coração, eis aí a minha contribuição para as obras sociais desse natal. Cliquem na cartinha ao lado e poderão ler a missiva de uma menina pobre que foi selecionada pelo Projeto Papai Noel dos Correios, as informações sobre a campanha estão no link.
Como podem notar a garota pediu poucas coisas, então lá em casa fizemos da seguinte forma. Minha mãe comprou tecidos e costurou, saias, shorts, calcinhas(cuequinhas em Portugal) e blusinhas. Comprou uma boneca nova, destas que copiam a barbie e deu um ursinho usado. Minha esposa comprou uma sandália com desenhos de princesa da Disney. E eu me encarreguei de levar tudo ao posto de entrega aqui no meu trabalho.
Espero que essa criança tenha um natal feliz.
Viu? Aqui também bate um coração.

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terça-feira, dezembro 16, 2008

Pais e filhos Nº 03. Ganhando dinheiro



A mãe e a filha de quatro anos na varanda montando uma paisagem utilizando conchinhas catadas na praia. Durante a pintura do quadro a mãe diz:


- Vamos dar de presente pra vovó?


- Como assim?


- Dar pra ela.


- De graça?


- É.


- Mas eu queria vender!



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segunda-feira, dezembro 15, 2008

Uma outra visão sobre a crise mundial

Recebi por e-mail e resolvi compartilhar com vocês.


Texto de Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, sobre a crise mundial.



Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?


É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.


Os slides se sucedem.


Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.


Durante décadas, vimos essas imagens.


No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam Ongs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.


A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.


Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.


Resolver, capicce?
Extinguir.


Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.


Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.


Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores.

Como um amigo comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.


Se quiser, repasse. Se não, o que importa?


O nosso almoço já está garantido mesmo!!...


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sexta-feira, dezembro 12, 2008

Planeta duplo. Jack Vance






Uma obra que possivelmente serve pra definir o estilo Jack Vance de escrever. Uma deliciosa mistura de ficção científica e fantasia. Sem limitar-se a um ou outro estilo mescla com maestria viagens espaciais, magia, raças. Costumes. Leis. Planetas. Lutas de espada e todos os ingredientes necessários a um bom folhetim.


Masque e Skay, planetas gêmeos, giram ao redor de Mora. Nesse sistema solar isolado na beira da galáxia os seres humanos se fixaram em Maske estabelecendo suas próprias leis e costumes.


Nessa terra distante o jovem Jubal Droad teve o azar de ser o segundo filho do líder do clã, fato que o exclui da herança e do glorioso futuro que a tradição garante ao primogênito. Nessa situação o rapaz cheio de energia e ambição vê-se obrigado a peregrinar pelo mundo em busca de um destino que fosse a altura de seus anseios. Nessas andanças seu caminha cruza-se de forma violenta com aquele que se torna seu inimigo mortal, o malicioso Ramus Ymph. Vilão da história que disputa com Jubal as atenções da aristocrática, patricinha, Lady Mieltrude.


A busca por justiça/vingança leva o protagonista a percorrer todo o planeta imiscuindo-se em intrigas governamentais, espionagem, batalhas campais e até mesmo a viajar pelo espaço, ato que é considerado crime hediondo em seu planeta natal.


Dessa forma podemos notar que o material é um capa-e-espada espacial onde encontramos todos os ingredientes necessários ao sucesso desse estilo de livro. E ainda com um final interessante que não posso divulgar pra não tirar essa surpresa dos futuros leitores. Isso seria muito cruel da minha parte.



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quarta-feira, dezembro 10, 2008

Citações Nº 25. Henry Billings Brown





“A vida livre conduz ao livre pensamento, este ao amor livre, e o amor livre conduz ao inferno.”



(Henry Billings Brown)


Hoje, 12/12/2008, depois de ler o comentário do Jefferson tive que parar pra refletir o que tanto me incomoda nessa frase. Não foi preciso muito tempo pra chegar a um a conclusão.
O autor era um juiz, pessoa escolhida pela sociedade para assegurar aos cidadãos igualdade de tratamento perante a lei. Viveu nos E.U.A durante os séculos XIX e XX e deu parecer favorável a segregação de negros e brancos em ônibus, trens, etc. E uma criatura como essa foi capaz de indicar a liberdade de pensamento e de amor como o caminho para o inferno!
Possivelmente minha revolta é porque esse tipo de pensamento ainda seja encontrado em pleno século XXI. Principalmente nas igrejas, sejam elas evangélicas ou não.



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terça-feira, dezembro 09, 2008

Amor de pai



Cada homem tem o seu próprio tempo. Seja para o bem, seja para mal. Alguns são mais ligeiros, outros nem tanto. Às vezes poucos segundos podem esclarecer situações que poderiam se arrastar por anos ou até mesmo atravessar a existência sem jamais chegar a termo. Em outros casos é necessária toda uma vida para que algo se concretize. Cada um, cada um e cada coisa a seu tempo.


E quanto tempo é preciso para surgir o amor? Essa flor tão almejada e tantas vezes cantada, descrita e pintada através dos séculos. Será coisa que surge a primeira vista ou será como as grandes árvores que necessitam de anos de cuidados e cultivo para crescer? Tanto já foi dito e discutido sobre o tema que qualquer palavra que eu exponha nesse espaço soará pretensa e até mesmo leviana. Entretanto não posso me furtar à chance de expor minha visão pessoal acerca do assunto.


Pra mim essa flor surgiu leve e rápida numa manhã chuvosa. Veio sem muito estardalhaço. Posso dizer até que foi muito discreta a sua aparição. "No princípio era o verbo..." Sim São João foi nossa companhia nos primórdios. Foi testemunha dessa flor que brotava em meu peito e eu regava com lágrimas.


Passaram-se os dias e minhas noites tornaram-se mais longas. E aquela relação passou a consumir o meu sono. Demorava a dormir. Fazia vigílias. Voltei a rezar. O corpo sofreu e a mente foi acometida de uma fixação em um único ser.


O resultado de todos esses esforços retornou na forma de um calor que aquecia o coração e também a alma. Mesmo nos momentos mais sombrios uma simples lembrança era capaz de fornecer-me um sorriso e encher-me de coragem para seguir em frente. Entretanto com a confiança, a alegria e a paz também veio o medo. O medo de que tudo aquilo pudesse ser retirado de minhas mãos a qualquer instante. Então os olhos ficaram mais atentos e ou ouvidos aguçaram a percepção. Manter não era mais suficiente. O mundo era hostil e agora surgia mais uma necessidade. A proteção. Ao menos contra os fatores externos.


A brutalidade da realidade pode se demonstrar de várias formas, nem sempre tão violentas quanto assistimos na tv. No meu caso um simples engasgar seria capaz de destruir meu mundo. A simples obstrução de uma via aérea poderia retirar o amor do meu convívio e com ele todo o sentido da minha existência. A vida quase me deixou sozinho no meio do quarto com o peso de uma ausência infinita nos braços. Mas a sorte, o destino ou mesmo os instintos de vez em quando tentam ajudar. Com um movimento brusco a boca cobriu o pequeno nariz, aplicou-lhe sucção. Em seguida cuspiu no chão o misto de muco, saliva e mingau. Antes que uma nova sucção fosse aplica um choro vigoroso invadiu o recinto. Não foi o suficiente para acalmar um coração abalado, mas serviu para atrair pessoas mais habilitadas para o local.


E quando o amor é ameaçado e as pessoas são forçadas a olhar a cara do destino e perceber que existe uma possibilidade de que as coisas mudem pra pior. Aí então percebem o real valor daquilo que possuem e o quanto estão dispostos a fazer para manter o que conquistaram.


Hoje vejo com a clareza que aqueles momentos não me permitiram vislumbrar, que no decorrer daquele primeiro ano com minha filha descobri o que agora sei ser o amor. Talvez alguns digam que eu não entendi nada ou que distorci as coisas pelo caminho ou simplesmente não tenho coração para entender a grandeza desse sentimento. Para esses repito apenas o que já escrevi no começo dessa crônica.


"Cada um, cada um e cada coisa a seu tempo."



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sexta-feira, dezembro 05, 2008

No trabalho. Nº 07. Incoerência do patrão.

Na clínica odontológica.

Dona - Algum dia seus sapatos foram brancos?

Funcionária - Sim. Quando eu trabalhava num lugar que me pagava o salário em dia.

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quinta-feira, dezembro 04, 2008

Blogs que conquistam corações



Ganhei este selo da Barbrinha do As aventuras de uma brasileira no Egito. Demorei um pouco para postar por que estava de férias numa praia isolada. A partir de hoje o Máquina de letras deve retomar o seu ritmo normal.

Esse selinho é para editores de blog que tratam muito bem seus colegas, para os blogs que conquistam corações!!!


E os 4 premiados para esse selo sao:


Mariana Alcântara do Estopim entrópico


Naela do Eu sei que vou te amar


Rosemary do Unwritten words around my lemon tree


Lídia do Segundo caderno



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