quinta-feira, setembro 30, 2010

Edição semestral

Preparamos um presente para vocês que nos acompanham letra por letra e imagem por imagem. Trata-se do boletim com os nossos melhores trabalhos publicados aqui no primeiro semestre deste ano. Curiosos? Abram logo o presente que está no menu superior deste blogue e cliquem em “MDL Edição Semestral”. E fiquem a vontade pra salvar, gravar, distribuir, imprimir, divulgar, colecionar, etc.

Esperamos que gostem e agradecemos por estarem conosco!

Um abraço de todos os colaboradores do Máquina de Letras.

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quarta-feira, setembro 29, 2010

Kibelândia


Estive por quase duas semanas em Florianópolis a serviço da empresa onde trabalho. Nas horas livres, aproveitei desfrutar os meus prazeres prediletos: pedalar na Beira-Mar Norte, andar no centro da cidade e, principalmente, visitar os amigos. Tive a oportunidade de encontrar, ao vivo, a Juliana, do blogue jujucartoon e colaboradora daqui com suas ilustrações. Não houve tempo de conhecermos pessoalmente antes, porque eu me mudei para Joinville.

A chopperia Kibelândia, sugerida pela Juliana, foi o local do nosso encontro que fica no centro de Floripa em um casarão antigo. Ir a esse lugar me fez lembrar o meu passado, pois costumava circular muito nessa região quando era estudante de Biblioteconomia. Há muitos estabelecimentos com arquitetura antiga, inclusive o próprio prédio da faculdade. Vi que o sebo onde frenquentava ainda existe.

Opa! Preciso voltar ao futuro. Melhor dizendo: passado recente, pois o encontro com a Juliana aconteceu na quarta-feira do dia 22 de setembro. Conversamos bastante sobre vários assuntos e a moça confirmou o que eu já percebia dela no meio virtual. Inteligente, simpática, atenciosa e possuidora de um senso crítico convincente são as suas marcas.

A única surpresa foi constatar que ela não tem estatura baixa. Eu disse que achava que fosse baixinha. É mais alta que eu! Depois pensei melhor e a explicação desse “achismo” é porque sempre fui a mais alta das meninas do jardim ao ensino médio. No entanto, o meu crescimento estacionou cedo. Fiquei com 1,68 de altura, considerada uma estatura mediana. Pode parecer uma futilidade estar tratando de altura aqui, mas gosto de me surpreender com alguma coisa.

Durante o nosso bom papo, tomamos cerveja e saboreamos o kibe. Eu ainda comi o pastel de camarão. Tanto o kibe como o pastel estavam sequinhos e deliciosos. Huumm! Optamos por ficar na mesa disposta no calçadão, onde não há circulação de carros. Assim, pude admirar a linda arquitetura do casarão da Kibelândia com suas grandes janelas.

Gostei de conhecer mais a querida Juliana e espero que o próximo encontro seja com todos os colaboradores deste blogue!

Onde fica:
Rua Victor Meirelles, 98 – Centro – telefone (48) 3322-0760
Funciona de segunda a sexta-feira, das 11 às 0h. Sábado, das 10 às 16h.

Lu Vieira

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domingo, setembro 26, 2010

Vida perfeita é a dos outros

Quando chegou a sua toca pode cair exausto no chão e recuperar o folego que tinha deixado no meio do caminho. Pôs-se a sonhar em como seria perfeita a sua vida se tivesse nascido cachorro. Não temeria ninguém. Correria atrás de gatos e ratos, poderia facilmente virar as latas de lixo e refastelar-se com toda aquela comida fácil. Lá fora o cachorro abandonara a entrada da toca e passava a fuçar tranquilo os despojos da lixeira. Havia comida ali. Com sorte seria o suficiente para sobreviver por mais três ou quatro dias. Antes de abocanhar um suculento osso uma paulada atingiu-lhe o flanco. Ganindo e correndo fugiu dali antes que lhe acertassem outro golpe. De longe olhou pra trás e viu. Uma criatura bípede, fedida e andrajosa que agora tomava posse da refeição que até pouco tempo lhe pertencia. Pensou em seus dentes velhos e apodrecidos que há alguns anos poderiam estraçalhar a garganta daquele invasor, mas a idade chegara e agora era apenas um vira-latas, velho, magrela, desdentado e inofensivo. Um quirodáctilo opositor era tudo o que ele precisava para que sua vida entrasse nos eixos e não dependesse mais da sorte ou caridade alheia. Polegares. Esse era o caminho pra felicidade. De todas as dádivas humanas essa era única digna de inveja. Polegares. Com eles poderia manipular as coisas e até mesmo usar um pedaço de pau pra afastar os oponentes.
Largou a vara e começou a vasculhar o lixo em busca de algo que ainda pudesse comer. O estômago doía e já não era capaz de lembrar quando tivera sua última refeição decente. Como chegara àquela situação nem mesmo ele era capaz de refazer o trajeto. Um dia teve família, filhos, emprego e um lar. Mas o destino sabe estrepar qualquer um é só uma questão de querer. E às vezes ele quer. Começou a comer ali mesmo. Enchendo a boca e mastigando com avidez.
- Sai daí vagabundo! Antes que eu chame a polícia.
O garçom veio correndo e ameaçando o mendigo expulsou-o das redondezas do restaurante. Aquele tipo de gente só servia para atrapalhar os negócios. Afinal quem gasta R$ 300,00 em uma refeição não está pagando pra ver pobres rondando sua mesa. Voltou pro estabelecimento. O horário de pico se aproximava quando ele viu um grupo de seguranças acompanhando um conhecido personagem político para o seu tradicional almoço de sexta-feira. Numa área exclusiva, em busca de privacidade ele torrava o dinheiro dos contribuintes. Com um sorriso profissional atendeu àquele porco gordo e corrupto apesar de todo o desprezo que sentia por aquela pessoa. Como garçom cumpria jornada diária de dez horas de trabalho seis dias por semana e mesmo que trabalhasse a vida inteira jamais chegaria perto de juntar o que aquele safado conseguia ganhar em um ano de vida. Gostaria de urinar sobre a comida antes servi-la, mas o juízo ainda não tinha ido embora. Esperava que a CPI fosse levada a sério e que a cabeça do safado rolasse em praça pública. Conformou-se em invejar o dinheiro dele e esperar que a gorjeta fosse gorda e generosa.
Mas de alguma forma a informação vazara e agora o restaurante estava cercado por repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e curiosos. O rosto transformado numa máscara inexpressiva e cercado por toda sua segurança o parlamentar abandonou o restaurante em meio ao tumulto e empurra-empurra gerado pela imprensa. Depois, dentro do carro e já a caminho de casa tudo o que o político desejava era se esconder do mundo e nunca mais ser encontrado. Queria ser um ratinho pra poder entrar em sua toca e sumir.


Conto escrito para o blogue "Duelo de escritores"

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sexta-feira, setembro 24, 2010

Flor

Eu sou um jardineiro entristecido,
Pois minha linda flor não me quer mais.
O meu jardim perdeu seu colorido,
Perdeu todo o seu brilho, a sua paz...

Meu pobre coração está partido;
É triste o meu jardim, triste demais.
Eu sinto o peito assim tão dolorido
Na dor que não pensei sentir jamais.

Tentei lhe dar o sol: felicidade;
Reguei com meu amor, minha paixão;
Cuidei pra não podar-lhe a liberdade.

Mas hoje o meu jardim é só ilusão.
A minha linda flor hoje é saudade,
No vaso mais cruel que é o coração.

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quarta-feira, setembro 22, 2010

Curitiba - Parte IV e Final

Termino aqui a última parte do relato do meu passeio em Curitiba. Como disse no último post, o próximo destino turístico foi a Ópera de Arame.

Assim como no Jardim Botânico e na Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE), tive uma vista magnífica. Antes de entrar na Ópera de Arame, atravessei uma ponte também de arame. Pude olhar o lago debaixo do meu pé. Construída em estrutura tubular com teto de policarbonato transparente, o lugar possui capacidade para 4200 espectadores e é destinado às apresentações artísticas e culturais. Eu e a Iara logo imaginamos uma orquestra se apresentando ali!

Ao lado da Ópera de Arame, como tem na UNILIVRE, uma enorme “montanha” de pedra. No local já funcionou uma pedreira. Maravilhoso ver a mata que cerca o espaço.

Descemos para olhar de perto o lago e as placas penduradas na grande pedra. As placas apontavam artistas e grupos famosos que se apresentaram na Ópera de Arame como o tenor espanhol José Carreras e o cantor brasileiro Roberto Carlos.

Fomos tomar café que o lugar oferecia. Hum, que delícia saborear os doces com a natureza em nossa volta! Uma dúvida rondava em nossa mente. “Será que dá tempo de ir até o Parque Tanguá antes de escurecer o dia?” Afinal, tínhamos um tíquete que dava direito a visitar mais um ponto turístico.

O ônibus de turismo não demorou muito para aparecer. Durante o trajeto, decidimos não ir ao Parque Tanguá, pois a noite já caía. Guardei o tíquete a fim de utilizar na próxima oportunidade. Quando chegamos à Praça Tiradentes, continuamos o passeio a pé no centro da cidade.

O hotel, onde a Iara estava hospedada, ficava no meu caminho para a rodoviária. Andamos juntas e nos despedimos com a promessa de continuar o contato por meio da internet e, quem sabe, nos reencontrarmos de novo em Curitiba.

Impressionante que o meu passeio de apenas um dia rendeu quatro posts! Imaginem se eu viajasse por mais dias! Talvez criaria um bloque com esse tipo de assunto. Se as minhas lembranças desaparecerem, posso encontrar aqui o dia maravilhoso que Deus me proporcionou em 24 de agosto de 2010. Tive um feliz aniversário!

Lu Vieira

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segunda-feira, setembro 20, 2010

Coisas de casal. Nº 13

O pai diz pra filha - Vaca.

Esposa - Filha chama ele de boi.

Marido - Boi não! Boi é gordo, capado e chifrudo.

Esposa - Certo, pelo menos gordo e capado nós temos certeza que você não é.

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sábado, setembro 18, 2010

Interrogações

Ninguém me soube dizer,
Explicar-me com louvor,
Se a distância aumenta o amor
Ou o faz enfraquecer?

E se o tempo sana a dor
Ou se a faz efervescer?
Se a saudade arrefecer
Vale menos esse amor?

Me explique, então na verdade,
Pode durar a saudade
Caso a distância aumentar?

Eu sei é chama quem ama.
Mas, diga se alguma chama
Eterna pode durar?...
 
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quarta-feira, setembro 15, 2010

Haicais para Zoe Disaster Girl

Então vamos aos fatos, dizem que contra eles não há argumentos. Estou participando como duelista convidado no blogue Duelo de Escritores. Lá nós escrevemos sobre um tema, votamos no texto que mais nos agradou e o vencedor escolhe o próximo tema. Foi assim que eu me enrolei com essa doce menininha. O Jefferson ganhou o último desafio e trouxe para o tema a foto dessa meiga criança sorrindo maliciosamente em frente a uma casa em chamas. Desde então não tive mais paz. Dia após dia pensando sobre o que escrever. Como montar uma história com início, meio e fim a partir daquela fotografia. Hoje já estava a ponto de desistir quando retornei ao blogue e encontrei uma mensagem do Jefferson que serviu de impulso para uma idéia morta que rondava o meu cérebro.

Haicai! Sim, para aqueles que me conhecem sabem que nada mais estranho que eu e poesia no mesmo recinto. Não gosto, não escrevo e praticamente não leio. Mesmo assim o haicai pareceu-me a melhor solução para o meu dilema. Como meus conhecimentos de poesia são pra lá de exíguos fui em busca de informação na Wikipédia e depois em um blogue, Haikais, que falasse sobre o tema. Assim decidi usar uma estrutura de 5/7/5(sílabas) e construí os haicais abaixo. Espero que apreciem.

I

Casa ardendo
Ela ri inocente
A foto grava

II

Casa em fogo
Ela ri inocente
A foto grava

III

Casa em chamas
Foto faz o registro
Ri a criança

IV

Há incêndio
Sorri com malícia
Foto registra

V
Há incêndio
Sorri com malícia
Bate a foto

VI

A casa arde
Ela sorri, inocente?
Só Deus sabe.

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Curitiba - Parte III

Conforme meu último post, a próxima parada foi na Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE). Junto comigo desceram três pessoas do ônibus. Dois rapazes e uma mulher.

Já na entrada da UNILIVRE vi o espetáculo da natureza. Eu andei numa ponte estreita de madeira para pedestres com árvores e plantas ao meu redor. Quanto mais avançava, mais me aproximava da mata e ouvia ruídos vindos de lá dentro. Sons agradáveis que eu não consegui identificar. Sabia que estava prestes a me deparar com uma visão belíssima. Mesmo sendo a minha segunda visita, não pude ficar sem emoção e sem palavras. Agradeci a Deus por estar naquele lugar.

Quando a ponte chegou ao fim, o que vi logo foi um lago e um cisne preto (não sou muito boa em acertar os nomes dos bichos. Para vocês saberem qual é a ave, olhem a foto abaixo). Atrás do lago, uma imensa “montanha” de pedra. Virando o meu rosto para o lado esquerdo, vi a UNILIVRE, construída dentro da mata!


Muitos podem pensar que se trata de uma universidade oferecendo cursos de nível superior. Mas não se trata disso. É uma organização não-governamental (ONG) que trabalha na inclusão de vários segmentos da sociedade para discutir sobre o meio ambiente. Estuda o meio ambiente e a sustentabilidade urbana, desenvolve e executa projetos e programas de capacitação relacionados ao tema sócio-ambiental para as diversas áreas da sociedade como escolas, empresas e órgãos públicos.

Antes de subir para olhar cada canto da UNILIVRE, eu reparei num grupo de adolescentes de três rapazes e uma garota. Não gostei muito do comportamento deles. Pareciam jogar “salgadinhos” e dar “guaraná” (ou seria água mesmo?) numa garrafa plástica para o cisne negro. Quase disse: “Ei, o que vocês estão fazendo?” Não falei, porque estava longe deles e não ia escutar a resposta (possuo deficiência auditiva).

A mulher que desceu comigo do ônibus vinha atrás de mim e chamou a atenção do grupo. Um rapaz ficou falando algo e a garota tapou a sua boca. Mesmo assim, ela e os outros rapazes riam. Com certeza, o garoto xingava a mulher. Ela não se abalou e continuou o seu passeio. Eu me simpatizei com ela. Desde a entrada da universidade, uma sorriu para a outra como forma de cumprimento.

Subi vagarosamente até o alto da universidade que tem um pequeno mirante. Apreciar de cima a natureza foi lindo. Desci e fui para o lado do lago, ficando de frente à
à UNILIVRE. Assim como eu, ela também apertava sem parar o botão da câmera fotográfica. “Você pode tirar uma foto minha com a minha máquina?” Sim. Depois pedi a mesma coisa a ela.

Fomos conversando e juntas voltamos ao ponto de ônibus de turismo. Opa, faltou apresentá-la! Ela se chama Iara, professora aposentada de Educação Física, e vive hoje em Guarujá (SP). Descobrimos que a escolha do próximo lugar turístico era o mesmo: Ópera de Arame. O ônibus demorou muito. Nesse ínterim, aproveitamos para papear.

Ah, quando estávamos saindo da UNILIVRE, os funcionários chamavam a atenção daqueles adolescentes.

Lu Vieira

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sexta-feira, setembro 10, 2010

Runing in the top of trees

Sunday, 25/07/10, was the day of the run into trees. Waking up early, put family into the car and get a foot on the road. Like ever the output delay, but nothing more than a stepped on the accelerator was not able to circumvent. In the municipality of Gaspar (Blumenau backyard) a few minutes to get to the SESI, I discover that my path is blocked because of a marathon. Being that was the only way I knew the despair was taking over me as I ran by SC-470 treading a path totally new and unknown. I crossed the city of Blumenau until I could get to the sports complex of SESI. Luckily the others runners had the same disorder that I do.

Thereafter wearing safety equipment, harness, helmet, gloves we go for the trailhead where the monitors SESI pass the relevant guidelines, always focusing on and emphasizing the principles of safety. The beautiful forest, cut by a stream and a sunny day created the perfect background for the sport. Soon we were climbing one by one into the trees and defying the fear of heights and lack of balance. We went through three circuits that have provided us with fear, beauty, challenge, falls and laughs. In each circuit was three monitors. The first was responsible for connecting to a single lifeline. The second was our transition of the lifeline for the zip line. The third was down in the ground waiting to greet us at the end of the Tyrolean.

Once you cross the the trail arborismo came lunch time and then rappell in the tower lighting of the soccer field. The height was 30 meters, I'm pretty sure it must have been a little more. New guidelines were passed security and I went in search of a new experience. A monitor stayed next to the stairs teaching, connect to the cables hangs after disconnecting them and drops him to the next colleague who would carry out the climb. In the top another monitor taught how to use the brake and what we should do to get off. The third monitor was down doing the safety of the rappel down.

Despite the height and never before made a descent, those first one not so lousy I felt cold in the stomach. The problem was to move my body thru platform to start. The descent else was quiet. Gave it to look down, around, make some leaps and also I have learned that you can not dreaming in the rope. In a great leap in the fall I felt the heat of friction. Nothing to hurt me or put in danger, but certainly important to remind me where I was and how much concentration I should devote to the subject.

And even after all the new experiences and adventures the best part was knowing that during my journey in the woods, my daughter had the following conversation with his mother:

Daughter - Mom, Dad went into the forest Mom! C'mon. Let's find my father. I had a father so good. Let's go save father. I loved so much this father.

After that the two got in the forest, follow by a trail and climbed a very high hill. From the top, could see the whole gym SESI and the tower that I climbed so high it was. Not content to have gone up the trail and down the slope before lunch, made a point that she wanted would accompany them in a replay right after the rappel. Result, when I reached the top my tongue looked like a tie and my daughter was so fresh and jumping like a goat.

To sum it all: it was a wonderful day that was with a taste for more.

Lua lânguida

Deixa essa lua, que no céu prateia,
Banhar-te inteira do mais fino lume;
Que acenda a chama da viril candeia
E traga ao corpo um infinito ardume.

Deixa essa lua, reluzente e cheia,
Evaporar o teu sutil perfume
E que teu anjo, que no céu passeia,
Venha acordar-te feito um vaga-lume.

Deixa essa lua, assim tão fluorescente,
Iluminar o mar que manso espalma
Na areia da tua vida transparente.

Deixa essa lua, que flutua calma,
Trazer a inspiração pro teu amante,
Levar a solidão dessa tua alma...

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quarta-feira, setembro 08, 2010

Curitiba - Parte II


Aqui continuo o relato do meu passeio em Curitiba. No último post, terminei dizendo sobre o ônibus de turismo que embarquei.

Então, falo um pouco mais dele. O transporte coletivo possui dois andares, sendo que o de cima não tem cobertura. Muito bom curtir o vento batendo na minha cara e ter a sensação de quase tocar nas placas de localização e nos fios de eletricidade. Aliás, a cidade está de parabéns por possuir bastantes placas com bom visual. Isso me ajudou a não ficar perdida.

Dentro do ônibus, uma voz feminina gravada dizia o que se tratava a cada aproximação de um lugar turístico. Além da língua portuguesa, a gravação vinha em espanhol e inglês. Na ausência da fala, escutamos música instrumental. Gostei de me sentir informada e relaxada!

Quando a voz anunciou “Jardim Botânico”, eu me preparei para descer do coletivo. Meus olhos brilharam e fiquei em êxtase diante do magnífico Jardim Botânico. Logo na entrada, há estacionamento e uma casa com lanchonete e loja de lembranças da cidade. Caminhando mais adiante, me deparei com um portal com quatro arcos. Parecia que estava entrando para o céu. E fui mesmo. Árvores, flores e pássaros deram as boas vindas.

Uma das coisas que gosto de apreciar são as estátuas homenageando alguém. No Jardim Botânico encontrei duas. A que mais despertou o meu interesse foi a de uma mulher segurando um bebê, escultura em bronze de João Zaco Paraná, denominada “Amor Materno”, uma homenagem da comunidade polonesa às mães paranaenses.

Atrás da estufa, de estrutura metálica e que abriga espécies botânicas, está a Galeria Frans Krajcberg com exposição permanente do resto das queimadas da floresta transformado em obras de arte. O homem destrói a mata e o outro chamado Frans Krajcberg, vendo o desperdício, aproveita para dar tratamento artístico e gritar contra o desmatamento. Tal arte é uma forma de chamar a atenção de que a natureza ficaria muito mais bonita se não fosse destruída. Um alerta para cuidarmos da natureza.

Dentro do Jardim Botânico, há o Jardim das Sensações. A proposta é cheirar o aroma de cada planta e tocar nela sentindo o seu tamanho, formato e textura. O monitor perguntou se eu queria usar o tapa-olho para o passeio ficar mais interessante. Agradeci dizendo que desejo ver as cores e saber o nome das espécies. Logo eu que sou uma pessoa analfabeta de plantas. Uma oportunidade para aprender. Alegrim, orégano, salsinha, hortelã... Muitas delas só conhecia em pacotes de tempero ou de chá.

Ainda tinha um museu, mas não entrei para visitá-lo. Já estava quase duas horas explorando o lugar e desejava ver outros pontos turísticos. O ideal para conhecer mais e melhor é ficar o dia inteiro no Jardim Botânico. Não falta espaço de descanso que são as inúmeras árvores, há banheiro e lugar para se alimentar. Vi até pessoas estudando e ensaiando passos de dança!

Assim, me dirigi ao ponto de ônibus da linha de turismo. Opa, conto mais uma coisa interessante. Existem dois abrigos de transporte coletivo. Um destinado aos bairros da cidade e o outro especialmente para o ônibus que eu estava utilizando. Julguei ser uma gentileza e isso que é pensar no bem-estar dos turistas. No abrigo havia até os horários do ônibus que passavam por ali!

Antes de chegar ao abrigo, notei duas turmas de crianças com suas professoras chegando ao Jardim Botânico. Que jóia! Os pequenos devem ter aprendido uma boa lição naquele dia. Um pouco mais adiante vi um grupo de pessoas com uniforme azul. Não eram crianças. Adultas, talvez alguns sendo adolescentes. Pessoas muito especiais. Algumas com deficiência física e outras, mental, como as que têm Síndrome de Down. São alunas da APAE. Quando já estava no abrigo, continuei a observá-las. O grupo foi aumentado com a chegada de mais ônibus. Eu me emocionei e chorei. Elas também estavam tendo a oportunidade de ter um passeio maravilhoso. Quatro ônibus, de cor azul e com flores, passaram por vez para não congestionar o trânsito do local. Creio que já tinha passado mais ônibus antes de eu perceber. Por fim, agradeci por tantas coisas a Deus.

Chegou o meu transporte e parti rumo à Universidade Livre do Meio Ambiente que conto no próximo post.

Lu Vieira

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terça-feira, setembro 07, 2010

A Guerra do Raluim

Em meio as trevas da floresta ardia uma fogueira. Ao seu redor conspiradores planejavam o sequestro e a morte de seus inimigos. Em jogo a hegemonia sobre o folclore nacional. Saci-pererê, Boi Tatá, Caipora, Mula Sem Cabeça, Boto, Cobra Grande e outros membros do imaginário popular estavam lá discutindo acaloradamente o que fazer.
- Esses malditos ianques imperialistas! Temos que matá-los.
- Calma Caipora. As coisas não são bem assim.
- São assim sim. Tem que matar esses porcos capitalistas. - o Cobra Grande fazia parte do grupo dos exaltados.
O saci que pitava quietinho no seu canto deu dois pulinhos até a beira da roda e disse:
- O caso é o seguinte. Os americano tão vindo. E vem pra ficar. Ou a gente expulsa eles ou nem nos livro de história vamo ter espaço. Diz que a invasão tá planejada pra dia 31 de outubro. Eles bolaram uma grande festa, enquanto o povo brasileiro festeja eles se instalam pra tomar o nosso lugar. - o Saci estava por dentro das coisas e já preparava o plano de ataque.
- Isso é pecado, só pode ser coisa do diabo só pode. - a mula-sem-cabeça relinchava e batia os cascos no chão, nada mexia mais com seus brios católicos do que bruxaria e satanismo. - Fazer as crianças se vestir de bruxa e induzi-las a praticar rituais de necromancia. Ouçam o que eu digo. Isso é uma estratégia do capeta!
- Deixa de ser carola Sem Cabeça! Se você tivesse medo de pecado não tinha ido fazer sacanagem com o padre. - Realmente o Cobra Grande estava pra lá de agressivo naquela noite.
- Mas será que tudo isso é necessário? - o Boi Tatá era da turma do deixa disso. - Eu soube que o governo já fez uma lei pra criar o dia do folclore e outra pro dia do Saci.
- Agora você vai começar a acreditar em político?
Com muita calma e paciência o Saci foi contornando os egos e disputas internas. Explicando a todos o que estava acontecendo e o que deveriam fazer para reagir e firmar o posto que detinham no imaginário popular.
- Primeiro precisamos descobrir quem são nossos inimigos e quais são as suas fraquezas. Pra isso eu já havia distribuído tarefas a alguns de vocês.
- Para aqueles que não me conhecem eu sou o Boto. Por me transformar em humano pude andar no meio deles e descobri que o dia 31 é o dia das bruxas e elas vem ai acompanhadas de vampiros, múmias, lobisomens e fantasmas. Pelo que pesquisei as bruxas a gente mata jogando água nelas. Parece que elas derretem. Se isso não funcionar a gente faz uma fogueira igual de São João e joga elas lá dentro.
- Eu sou a Mula Sem Cabeça e pelo que soube o símbolos desses adoradores de Satã é a abóbora. Isso mesmo, pra demarcar os lugares conquistados espalham jerimuns entalhados em forma de rostos demoníacos.
- O que eu descobri foi que eles funcionam na base da extorsão. Batem na porta das pessoas e exigem doces ou truques. É óbvio que não se trata de truques inocentes. Isso é coisa da máfia. O negócio é mais pro lado ou paga ou morre. Ah ia me esquecendo, pra quem não notou ainda eu sou o Caipora.
Gritos de morte e vingança contrastavam com clamores de derrota e pessimismo. A divisão do grupo era óbvia. Uns queriam resistir até o fim outros já contavam estar derrotados e pretendiam se matricular em cursos de inglês. Quietinho no meio das sombras o Saci pitava seu cachimbo de olhos fechados, mas bastante desperto. Quem prestasse atenção a cena notaria que algo estava sendo matutado em baixo daquela carapuça vermelha. Antes que a coisa desandasse de vez ou que todos se matassem ele pulou no meio da roda e começou:
- Quié isso minha gente. Tem causo pra medo não. Deixa os gringo vim que a gente dá jeito neles. Se bruxa tem medo d'água nóis manda a Iara resover. Os jirimum a Mula pode escoicear. Os mafioso deixa que eu e o caipora eliminamo.
Depois disso não houve muito mais discussão. Tomaram cada um o seu caminho e foram para suas casa se aprontarem para a grande noite.

A manhã de primeiro de novembro foi triste para todos os que conseguiram retornar ao ponto de encontro definido. Aos poucos foram chegando esfarrapados, com caras inchadas, Alguns ainda traziam lágrimas nos olhos. A derrota era visível, agora faltava descobrir o que tinha dado errado.
Na roda o Caipora, Boi Tatá e o Cobra Grande. De vez em quando um olhava pro outro e depois baixava os olhos em direção ao chão. O tempo passou e ninguém mais retornou. O Boi Tatá foi o primeiro a tomar a palavra:
- Então gente o que aconteceu com vocês? Cadê o Saci, o Boto e o resto do pessoal?
- Nós estávamos seguindo o plano. Íamos bater em algumas casas, berrar aquele negócio de "doce ou truque" é claro que íamos pegar os doces e depois barbarizar a casa das vítimas, mas logo na primeira casa deu tudo errado. Eu já tinha metido o pé na porta e o Saci entrou de rodamoinho gritando doce ou truque. De repente era tiro pra todo lado. A casa era uma boca de fumo. Eu fugi pela janela. E a última notícia que tive do Saci foram os gritos que vieram de dentro da casa "Perdeu neguinho. A casa caiu" - o relato do Caipora não explicava muito mas já dava uma ideia do que tinha acontecido.
- O Boto foi preso. Parece que a polícia não entendeu as intenções dele com uma bruxinha. Dizem que ela era menor de idade apesar de que eu não vi nada de menor nela. Na verdade a bruxa era bem avantajada. Ele pediu pra avisar a todos e que aqueles que pudessem ir visitá-lo na cadeia seriam de grande ajuda. Eu vou assim que eu puder. - o Cobra Grande terminou de falar e deixou que o silêncio voltasse a reinar.
- Gente pelo visto essa tal Guerra do Raluim não vai dar em nada mesmo. Acho que o melhor que temos a fazer é cada um voltar pro seu lugar e assombrar os seus políticos locais até eles aprovarem uma lei garantindo um dia pra vocês ou uma estátua ou qualquer coisa que o valha, pois se a gente depender das crianças e da cultura popular nós vamos todos entrar em extinção. Então é tchau pra vocês e a gente se vê no Raluim do, digo no dia do Saci do ano que vem. - com isso o Boi Tatá deu as costas ao grupo e sumiu queimando pela floresta.

O texto acima foi escrito para o desafio do Duelo de escritores.



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sexta-feira, setembro 03, 2010

Presença

Não me amas? Que importa! Ama-me fingindo.
Dá-me teu coração assim mesmo. Que importa!
Bem mais vale te ver assim gélida, morta,
Do que ver-te partindo!

Não me queres? Que importa! Queira-me mentindo!
Tua alma em minh’alma deleita, conforta...
Bem mais vale ver sempre fechada essa porta,
Do que ver-te partindo!

Ama-me, queira-me mesmo com fingimento;
Mesmo isenta de amor ou qualquer sentimento
E o peito não me abrindo.

Por mais falsa que sejas, se mentes, não importa!
Eu prefiro lhe ter assim frígida, morta,
Do que ver-te partindo...!

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quarta-feira, setembro 01, 2010

Curitiba - Parte I

Depois da longa ausência por motivos familiares, estou, enfim, de volta à blogosfera! Senti muitas saudades daqui e dos blogues que visito. O afastamento foi necessário, pois surgiram situações mais importantes e urgentes. Os momentos mais difíceis já passaram e agora é seguir caminhando em frente. Todos têm dificuldades e elas existem para nos ensinar alguma coisa como, por exemplo, sentir o quanto somos dependentes de Deus.

Para comemorar o meu retorno, conto como foi passar um dia sozinha em Curitiba. Há muito tempo desejava voltar para visitar a capital do Paraná que conheço desde a adolescência. Em 1996, fiz um passeio interessante com a minha amiga Léo. A cidade oferecia ônibus de turismo que levava os passageiros aos pontos turísticos. Quem embarcava nele recebia uma cartela com direito à visita em três lugares de sua escolha. Nós fomos ao Jardim Botânico, à Universidade Livre do Meio Ambiente e à Ópera de Arame. O que me deixou muito feliz é que esse serviço ainda existe! Muito bom!

Então, na terça-feira de 24 de agosto, em vez de ir ao trabalho, fui de táxi até a rodoviária e peguei o primeiro ônibus com destino à capital paranaense. Sim, eu avisei à empresa sobre a minha ausência. Não comprei passagem com antecedência, porque precisava ver como andava a família até o último minuto. Além disso, quis ter um dia sem me preocupar com horários. A viagem de Joinville à Curitiba dura duas horas. Como acordei cedo, dormi o tempo todo no ônibus! Abri os olhos somente em Curitiba!

As únicas coisas que providenciei antes da viagem foram definir onde passear na cidade e relembrar as ruas por meio do utilíssimo Google Maps. Não imprimi o mapa para não ser percebida como uma autêntica turista. Pude constatar que a minha memória continua boa, pois não me perdi na cidade. Um homem até me perguntou onde ficava determinada rua. Oba! Eu estava me parecendo ser uma curitibana!

A partir da rodoviária de Curitiba, andei em direção ao centro sem pressa e observando cada pedaço do lugar. O dia estava ensolarado e quente, apesar de ser inverno. No entardecer, veio o frio. Há muitas praças, das quais destaco a Praça Tiradentes, considerada o marco zero da cidade. Ao lado dela, fica a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Quando entrei na Catedral, logo senti o ar gelado e fui brindada com a linda arquitetura do local. Fiquei em silêncio por alguns momentos para conversar com o meu grande Pai.

Gosto demais de andar nos calçadões com um monte de gente ao redor. Um deles é o da XV de Novembro. Muitos edifícios conservam traços antigos e me deram a sensação de que eu dei um pulo no passado. Por volta do meio-dia, na Praça Tiradentes, embarquei no ônibus de turismo com a intenção de fazer o mesmo roteiro de 1996. A diferença é que, desta vez, o passe deu direito à visita em quatro pontos turísticos. Viva! Paguei R$ 20,00 pela cartela com cinco tíquetes, ou seja, um embarque e quatro reembarques, e recebi um folder com resumo dos lugares para visita.

O relato ficou longo e nos próximos posts conto como foi o passeio em cada lugar que estive. Sim, vou deixar vocês curiosos! Bem, espero que fiquem assim... Enquanto isso, convido a apreciar a foto acima da Praça Tiradentes tirada à noite.

Lu Vieira

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