quarta-feira, setembro 08, 2010

Curitiba - Parte II


Aqui continuo o relato do meu passeio em Curitiba. No último post, terminei dizendo sobre o ônibus de turismo que embarquei.

Então, falo um pouco mais dele. O transporte coletivo possui dois andares, sendo que o de cima não tem cobertura. Muito bom curtir o vento batendo na minha cara e ter a sensação de quase tocar nas placas de localização e nos fios de eletricidade. Aliás, a cidade está de parabéns por possuir bastantes placas com bom visual. Isso me ajudou a não ficar perdida.

Dentro do ônibus, uma voz feminina gravada dizia o que se tratava a cada aproximação de um lugar turístico. Além da língua portuguesa, a gravação vinha em espanhol e inglês. Na ausência da fala, escutamos música instrumental. Gostei de me sentir informada e relaxada!

Quando a voz anunciou “Jardim Botânico”, eu me preparei para descer do coletivo. Meus olhos brilharam e fiquei em êxtase diante do magnífico Jardim Botânico. Logo na entrada, há estacionamento e uma casa com lanchonete e loja de lembranças da cidade. Caminhando mais adiante, me deparei com um portal com quatro arcos. Parecia que estava entrando para o céu. E fui mesmo. Árvores, flores e pássaros deram as boas vindas.

Uma das coisas que gosto de apreciar são as estátuas homenageando alguém. No Jardim Botânico encontrei duas. A que mais despertou o meu interesse foi a de uma mulher segurando um bebê, escultura em bronze de João Zaco Paraná, denominada “Amor Materno”, uma homenagem da comunidade polonesa às mães paranaenses.

Atrás da estufa, de estrutura metálica e que abriga espécies botânicas, está a Galeria Frans Krajcberg com exposição permanente do resto das queimadas da floresta transformado em obras de arte. O homem destrói a mata e o outro chamado Frans Krajcberg, vendo o desperdício, aproveita para dar tratamento artístico e gritar contra o desmatamento. Tal arte é uma forma de chamar a atenção de que a natureza ficaria muito mais bonita se não fosse destruída. Um alerta para cuidarmos da natureza.

Dentro do Jardim Botânico, há o Jardim das Sensações. A proposta é cheirar o aroma de cada planta e tocar nela sentindo o seu tamanho, formato e textura. O monitor perguntou se eu queria usar o tapa-olho para o passeio ficar mais interessante. Agradeci dizendo que desejo ver as cores e saber o nome das espécies. Logo eu que sou uma pessoa analfabeta de plantas. Uma oportunidade para aprender. Alegrim, orégano, salsinha, hortelã... Muitas delas só conhecia em pacotes de tempero ou de chá.

Ainda tinha um museu, mas não entrei para visitá-lo. Já estava quase duas horas explorando o lugar e desejava ver outros pontos turísticos. O ideal para conhecer mais e melhor é ficar o dia inteiro no Jardim Botânico. Não falta espaço de descanso que são as inúmeras árvores, há banheiro e lugar para se alimentar. Vi até pessoas estudando e ensaiando passos de dança!

Assim, me dirigi ao ponto de ônibus da linha de turismo. Opa, conto mais uma coisa interessante. Existem dois abrigos de transporte coletivo. Um destinado aos bairros da cidade e o outro especialmente para o ônibus que eu estava utilizando. Julguei ser uma gentileza e isso que é pensar no bem-estar dos turistas. No abrigo havia até os horários do ônibus que passavam por ali!

Antes de chegar ao abrigo, notei duas turmas de crianças com suas professoras chegando ao Jardim Botânico. Que jóia! Os pequenos devem ter aprendido uma boa lição naquele dia. Um pouco mais adiante vi um grupo de pessoas com uniforme azul. Não eram crianças. Adultas, talvez alguns sendo adolescentes. Pessoas muito especiais. Algumas com deficiência física e outras, mental, como as que têm Síndrome de Down. São alunas da APAE. Quando já estava no abrigo, continuei a observá-las. O grupo foi aumentado com a chegada de mais ônibus. Eu me emocionei e chorei. Elas também estavam tendo a oportunidade de ter um passeio maravilhoso. Quatro ônibus, de cor azul e com flores, passaram por vez para não congestionar o trânsito do local. Creio que já tinha passado mais ônibus antes de eu perceber. Por fim, agradeci por tantas coisas a Deus.

Chegou o meu transporte e parti rumo à Universidade Livre do Meio Ambiente que conto no próximo post.

Lu Vieira

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8 comentários:

  1. Nada como um passeio num transporte e sentir o ar na cara! ;)

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  2. Sim, Elitis, é bom demais! E o dia estava lindo! Beijos!

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  3. Luuu... seu relato só confirma a fama que eu conheço de Curitiba: uma cidade modelo.

    Parecem ter um cuidado especial com os turistas... isso é muito legal...

    e lendo o teu relato vai dando mais vontade de conhecer pessoalmente a cidade...

    fico no aguardo da continuação do passeio... hehe...

    Abração, moça!

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  4. Mr. Gomelli, a cidade merece mesmo receber os títulos de "a mais" como, por exemplo, a cidade mais ecológica. Como a conheço desde novinha, posso confirmar que Curitiba continua sendo um lugar de muito verde.

    Um abração para você também! E logo contarei mais!

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  5. Eu gosto de Curitiba, embora os curitibanos nao tenham uma fama muito boa no Paranà

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  6. Como não conheço, Lu, fui viajandoooooo através da sua crônica. Obrigada.

    Beijo!

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  7. Zaratustra, já ouvi falar que os curitibanos não são simpáticos. Até agora eu não cruzei com um antipático e não posso reclamar disso.

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  8. Ah, Sam, que bom que você sentiu que está viajando em Curitiba por meio do meu relato! Beijos!

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