quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Verdades?

Chove na cidade. Como é bom. Acho que Deus se lembrou de nós. Ando pelas ruas e a chuva cai levemente sobre o meu rosto. Não me protejo, não me escondo, simplesmente caminho e me delicio com a sensação das pequenas gotas deitando-se sobre a minha face. Olho as pessoas escondidas em baixo de seus guarda-chuvas e sorrio levemente enquanto penso no prazer que estão perdendo. Enquanto caminho me entrego aos meus pensamentos. O corpo se entrega aos prazeres da água enquanto os neurônios trabalham, pelo menos aqueles que sobreviveram ao álcool.
Normalmente, eu evito pensar. Acredito que o pensamento sério e responsável é extremamente prejudicial à saúde, podendo até levar a loucura. Quando você pensa, começa a fazer perguntas, mas quase sempre o ato de perguntar não significa que a pessoa esta pronta para receber as respostas. Felizes são aqueles que ouvem, mas, não escutam, vêem, mas, não enxergam. Pois a ignorância é abrigo, é lugar seguro, onde a alegria faz morada e onde não importam as mudanças do mundo.
Certa vez alguém disse:
“A verdade vos libertará”.
E daí! Grande coisa!
Levante a mão quem sabe ser livre, ou que pelo menos o tenha sido alguma vez na vida. Desde pequenos somos prisioneiros. Primeiro do escroto, depois do útero, dos médicos, da mãe, da família, da escola, da faculdade, da namorada, do emprego, da esposa, dos filhos, da idade, da doença e enfim do caixão. Alguns, ainda, acreditam que depois de mortos seremos prisioneiros do capeta. Não a verdade não liberta. A verdade destrói. Pois o homem não foi criado livre, não nasceu livre e nem sabe o que fazer com a liberdade. A verdade é a grande assassina da esperança. Por que há seis mil anos as verdades são as mesmas e há seis mil anos os homens continuam matando e destruindo e corrompendo, há pessoas ainda morrendo de fome enquanto outros morrem de tédio sem saber o que fazer com toda sua riqueza. A guerra ainda é considerada o melhor meio de fazer a economia crescer. Pode um homem, vendo a verdade, ser feliz? Claro, sabemos que isto é apenas metade da verdade. Mas o problema é que a outra metade, aquela, que fala de paz e amor, fraternidade e união, amai o próximo como a ti mesmo. Muito bem, essa verdade, não dá lucro. Não dá dinheiro, logo não interessa. A menos é claro que você invente um negócio que reuna as pessoas semanalmente, faça-as cantar, chorar, agradecer e pedir. E depois lhes venda a verdade mais óbvia do universo e então os mande de volta pra casa com as consciências e as carteiras mais leves. A verdade está dentro de nós, e não lá fora como diz o “Arquivo X”. Crie coragem e olhe pra dentro de si. Veja a maldade e a corrupção, o medo e o ódio. Não feche os olhos e nem desvie o olhar, pois só assim poderá entender o real peso da verdade.
E é por esses e por outros motivos que eu tento não pensar. Falta-me coragem para encarar o monstro que sou.
A vida dói menos quando não se toma conhecimento das causas da dor.
Chega! Já pensei demais por hoje. Na verdade já pensei demais até pra semana inteira. Agora devo voltar pra minha alienação e pra doce segurança da ignorância. Voltarei para o reino dos tolos, onde todos têm o direito de serem felizes. A chuva cai, lentamente sobre a cidade, e eu fico admirando as gotas que caem do céu sendo iluminadas pelos postes. O frio que agora envolve o meu corpo não traz saudade do tempo que eu suava pelo simples fato de existir. Que chova, que chova muito, e se alagar a cidade, dane-se, compro uma batera e fujo para outro lugar.
O cinza que cobre o céu, o vento que balança as árvores, as gotas que caem, rezo que levem a verdade embora.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Sonhos. Nº 01

Sonhei que estava andando de bicicleta por uma estrada de barro no meio da mata atlântica. Atrás de mim seguia minha família. No alto da subida encontramos máquinas, tratores, árvores derrubadas e homens trabalhando numa obra que impedia nosso progresso. Larguei minha bicicleta e mandei a família seguir adiante. Caminhando em sentido contrário a obra cheguei a um casarão branco, de teto muito alto. Tinha janelas que tomavam paredes inteiras. E todos os ambientes eram muito amplos. Ali as pessoas vestiam branco havia um balcão de atendimento e ao lado pessoas sentadas em longarinas. Percebi que se tratava de um posto de saúde. Era o maior posto de saúde que eu já tinha visto em toda minha vida. Por um tempo vaguei por lá totalmente perdido. Mesmo assim não falei com ninguém até que por fim achei a saída e lembrei o que tanto eu buscava. Eu estava em busca do demônio. Não o demônio o diabo. Mas sim um pequeno demônio. Menos poderoso. Mas com poder suficiente para realizar três desejos. Fossem eles quais fossem. Saindo prédio voltei pra estrada. E logo o avistei sobre um monte de barro numa curva do caminho. Tinha aproximadamente uns oitenta centímetros de altura, vestia uma capa de chuva igual a dos detetives particulares dos filmes e usava um chapéu também. Corri até ele e o agarrei. Não esperei e fui logo cobrando meus desejos.
- Eu quero ser muito rico. Isso milhões de reais. Eu quero saúde e ah! Depois eu faço o último. – ele olhou dentro dos meus olhos. E o seu olhar era amedrontado e estranho. Aqueles olhos enormes. Esbugalhados.
- Mas eu não posso. Eu não tenho mais esses poderes.
- Eu não quero saber. Você está querendo me enganar. Vou torturar você até ter os meus desejos atendidos. - e eu sacudia aquele corpo magrelo em minhas mãos. E sentia como ele era frágil e indefeso. Eu precisava de dinheiro. E estava pensando seriamente e fazê-lo sofrer.
- Não me machuque. Eu tenho filhos. Eu tenho uma família. – começou a implorar explicando que vivia em situação ruim. Que não tinha mais poderes. Que estava na pior. Ouvindo tudo aquilo. Eu ali com meus dedos sentindo aquelas costelas cobertas apenas pela fina pele cinzenta. E um peso que poderia ser de uma criança de dois anos. Pensei o que estava pensando fazer. Torturar por dinheiro um pobre diabo pai de família.
Então com vergonha de mim mesmo acordei.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Um pouco mais sobre os deuses gregos.

Pra quem quiser saber um pouco mais sobre os deuses gregos ai vai um dos textos que tirei da rede para usar na pesquisa para escrever o conto Lembranças. Espero que lhes seja útil.


Deuses Gregos

Na concepção greco-romana, os imortais classificavam-se em: Divindades primordiais, superiores, siderais, dos ventos, das águas e alegóricas. Abaixo listarei os deuses utilizando a mesma concepção.

Divindades Primordiais:

Geia - Mãe de todos os seres, personificação da terra. Surgiu do Caos e gerou Urano, os Montes, o Mar, os Titãs, os Centímanos (Hecatonquiros), os Gigantes, as Erínies, etc. O mito de Géia provávelmente começou como uma veneração neolítica da terra-mãe antes da invasão Indo-Européia que posteriormente se tornou a civilização Helenística.

Urano - O primeiro rei do Universo, segundo Hesíodo (céu estrelado). Casou-se com Géia, da -se com Géia, da qual teve os Titãs, as Titânidas, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Urano, por ódio, lançou no Tártaro os Ciclopes e os Hecatonquiros, Géia porém deu uma foice aos Titãs para que se vingassem. Cronos, o mais audacioso deles, castrou Urano e tornou-se o senhor do universo!

Cronos - Filho de Urano e Géia. O mais jovem dos Titãs. Se tornou senhor do céu castrando o pai. Casou com Réia, e teve Héstia, Deméter, Hera, Ades e Poseidon. Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca. Mais tarde Zeus voltou, deu ao pai um remédio que o fez vomitar os filhos, e logo depois o destronou e baniu-o no tártaro. Cronos escapou e fugiu para a Itália onde reinou sobre o nome de Saturno. Este período no qual reinou foi chamado de "A era de ouro terrestre".

Ciclopes - Arges, Brontes e Estéropes. Pertenciam a raça dos gigantes. Forjavam os raios e os trovões para Zeus. Teriam sido mortos por Apolo para vingar a morte de Asclépio. Segundo Homero, porém, teria sido um povo de gigantes rudes, fortes, indiferentes às divindades, dedicados ao pastoreio.

Hecantoquiros (ou Centimanos) - Briareu, Coto e Giges. Gigantes de cem braços e cinqüenta cabeças. Tendo hostilizado o pai, este os mandou pra horríveis cavernas nas vísceras da terra. Participaram da rebellião contra Urano. Quando Cronos tomou o poder, os aprisionou no tártaro. Libertados por Zeus, lutaram contra as titãs. Com a habilidade de arremeçar cem pedras de uma vez venceram os titãs. Briareus era guarda-costas de Zeus.

Titãs - Oceano, Hipérion, Japeto, Céos, Créos e Cronos.

Titanidas - Téia, Réia, Têmis, Mnemôsine, Febe e Téis.

Zeus - O deus supremo do mundo, o deus por excelência. Presidia aos fenômenos atmosféricos, recolhia e dispersava as nuvens, comandava as tempestades, criava os relâmpagos e o trovão e lançava a chuva com sua poderosa mão direita, à sua vontade, o raio destruidor; por outro lado mandava chuva benéfica para fecundar a terra e amadurecer os frutos. Chamado de o pai dos deuses, por que, apesar de ser o caçula de sua divina família, tinha autoridade sobre todos os deuses, dos quais era o chefe reconhecido por todos. Tinha o supremo governo do mundo e zelava pela ordem e da harmonia que reinava nas coisas. Depois de ter destronado o sei pai, dividiu com seus irmãos o domínio do mundo. Morava no Olimpo, quando sacudia a égide, o escudo formidável que lançava relâmpagos explodia a procela. Casou-se com Hera, porém teve muitos amores.

Hera - Irmã e esposa de Zeus, a mais excelsa das deusas. A Ilíada a representa como orgulhosa, obstinada, ciumenta e rixosa. Odiava sobretudo Héracles, que procurou diversas vezes matar. Na guerra de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de Páris, ajudou os gregos.

Hestia - Deusa do fogo e da lareira.

Demeter - É a maior das divindades gregas ligadas à terra produtora; seu nome significa Terra-mãe. De Zeus teve Perséfone, que foi raptada por Hades. Enraivecida, fez com que a terra se tornasse árida. Zeus, para aplacá-la, obteve de Hades que Perséfone permanecesse quatro meses nos Infernos, junto com o marido, e oito meses ao lado de sua mãe. O seu mito em relação a Perséfone teve lugar nos mistérios eleusinos.

Apolo - Filho de Zeus e de Leto, também chamado Febo, irmão gêmeo de Ártemis, nasceu às fraldas do monte Cinto, na ilha de Delos. É o deus radiante, o deus da luz benéfica. A lenda mostra-nos Apolo, ainda garoto, combatendo contra o gigante Títio e matando-o, e contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos, matando-a também. Apolo é porém, também concebido como divindade maléfica, executora de vinganças. Em contraposição, como dá a morte, dá também a vida: é médico, deus da saúde, amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da música e da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os rebanhos.

Artemis - Deusas da caça, filha de Zeus e Leto, irmã gêmea de Apolo. Representava a mais luminosa encarnação da pureza feminina. Eram-lhe oferecidos sacrifícios humanos em tempos antiquíssimos. Deusa da Lua, declinava-se, circundada por suas ninfas, vagar de dia pelos bosques à caça de feras, à noite, porém, com o seu pálido raio, mostrava o caminho aos viajores. Quando a Lua, escondida pelas nuvens, tornava-se ameaçadora e incutia medo nos homens, tomava o nome de Hécate.

Atena - Surgiu toda armada do cérebro de Zeus, depois de ter ele engolido seu primeira esposa Métis. Era o símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes domésticas e uma das divindades mais veneradas. Um esplêndido templo, o Partenon, surgia em sua honra na Acrópole de Atenas, a cidade que lhe era particularmente consagrada. Obra maravilhosa de Ictino e de Calícrates, o Partenon continha uma colossal estátua de ouro dessa deusa, de autoria do famoso escultor Fídias.

Hermes - Filho de Zeus e de Maia, o arauto dos deuses e fiel mensageiro de seu pai, nasceu numa gruta do monte Ciline, na Arcádia. Logo que nasceu, fugiu do berço e roubou cinqüenta novilhas do rebanho de Apolo, em seguida, com a casca de uma tartaruga, construiu a primeira lira e com o som deste instrumento aplacou Apolo, enfurecido pelo furto; esse deus acabou por deixar-lhe as novilhas e deu-lhe o caduceu, a vara de ouro, símbolo da paz, na troca da lira. Zeus deu-lhe o encargo de levar os mortos a Hades, daí o epíteto de Psicompompo. Inventou, além da lira, as letras e os algarismos, fundou os ritos religiosos e introduziu a cultura da oliveira. Deus dos Sonhos, eram lhe oferecidos sacrifícios de porcos, cordeiros, cabritos... Seus atributos eram a prudência e a esperteza. Livrou Ares das correntes dos Aloídas, levou Príamo à tenda de Aquiles e matou Argos, guarda de Io. Era representado com um jovem ágil e vigoroso, com duas pequenas asas nos pés, um chapéu de abas largas na cabeça e o caduceu nas mãos.

Afrodite - A deusa mais popular do Olimpo grego, símbolo do amor e da beleza. Filha de Zeus e de Díone ou, segundo outra versão, nascida da espuma do mar na ilha de Chipre. Acompanhavam-na as Horas, as Graças e as outras divindades personificadoras do amor. Era esposa de Hefesto, porém amou Ares, Hermes, Dioniso, Poseidon e Anquises. Por seus amores com Ares, foi considerada também como divindade guerreira. A sede mais antiga de seu culto era a ilha de Chipre.

Hefesto - Deus do fogo, filho de Zeus e Hera. Trabalhava admiravelmente os metais e construiu inúmeros palácios de bronze, além da esplêndida armadura de Aquiles e o cetro e a égide de Zeus. Segundo uma tradição, nasceu coxo, pelo que sua mãe lançou-o do alto do monte Olimpo, foi recolhido por Tétis e Eurínome, com as quais permaneceu durante nove anos. Voltando ao Olimpo, ao defender Hera contra Zeus, este atirou-o do céu e, precipitando durante um dia inteiro, caiu na ilha de Lemos. Suas forjas, com vinte foles, foram depois do Olimpo colocadas no Etna, onde tinha os Ciclopes como companheiros de trabalho.

Hades - Senhor do reino subterrâneo. Acreditava-se que, com seu carro, viesse ao mundo para buscar as almas dos mortos. Possuía um capacete que o tornava invisível. Somente Hades tinha o poder de restituir a vida de um homem, porém, utilizou-se desse poder pouquíssimas vezes e, assim mesmo, a pedido da esposa. Era o deus das riquezas porque dominava nas profundezas da terra, de onde mandava prosperidade e fertilidade; era considerado um deus benéfico.

Poseidon - Depois que os Titãs foram derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-lhe a senhoria do mar e de todas as divindades marinhas. Tinha um palácio nas profundezas do mar, onde morava com sua esposa Anfiritre e seu filho Tritão. Sua arma era o tridente, com o qual levantava as ondas fragorosas, que engoliam as naus, e fazia estremecer o solo ou desperdiçar os recifes. Odiava Ulisses, por ele ter cegado o Ciclope Polifemo, seu filho. Foi inimigo de Tróia, depois que seu rei Laomendonte lhe negou a compensação pela construção das muralhas da cidade, ocasião em que mandou um monstro marinho para devorar Hesíon, filha do rei, que Héracles matou. Teve como Zeus, numerosos amores, todavia enquanto os filhos de Zeus eram heróis benfeitores, os de Poseidon eram geralmente gigantes malfazejos e violentos.

Ares - Deus da guerra, filho de Zeus e de Hera. Deleitava-se com a guerra pelo seu lado mais brutal, qual seja a carnificina e o derramamento de sangue. Inimigo da serena luz solar e da calmaria atmosférica, ávido de desordem e de luta. Ares era detestado pelos outros deuses, o próprio Zeus o odiava. Tinha como companheiros nas lutas Éris, a discórdia; Deimos e Fobos, o espanto e o terror, e Ênio, a deusa da carnificina na guerra. Amou Afrodite, da qual teve Harmonia, Eros, Anteros, Deimos e Fobos.

Dioniso - Filho de Zeus e de Sêmele, deus do vinho e do delírio místico. Em sentido mais geral, representava aquela energia da natureza que, por efeito do calor e da umidade, amadurece os frutos; era, pois, uma divindade benéfica. De todas as divindades, era a que mais aproximava dos homens. Teve um nascimento milagroso, com efeito, morrendo-lhe a mãe antes que tivesse o necessário desenvolvimento, foi recolhido pelo pai que o costurou numa de suas coxas e aí o conservou até que o garoto pudesse enfrentar a vida. Dioniso demonstrou muito cedo sua origem, divina: crescia livre, amante da caça e possuía o estranho poder de amansar as feras mais ferozes. Um dia, criou a videira e quis dar o vinho a todos os homens; para esse fim, empreendeu numa longa viagem, através de todas as terras, seguido por um cortejo de ninfas, sátiros, bacantes e silenos. Por onde passavam, os homens tornavam-se felizes. Na Frígia, concedeu ao rei Midas a faculdade de poder transformar em ouro tudo que tocasse. Na Trácia, o rei Licurgo tentou dispersas a comitiva: Dioniso indignado, cegou-o. Em Delos, concedeu às filhas do rei Ânio o poder de mudar a água em vinho. Casou-se com Ariadne, depois que esta foi abandonada por Teseu; as núpcias foram celebradas com suntuosidade e o casal subiu ao Olimpo sobre um carro puxado por panteras.

Divindades Siderais:

Helios - Filho de Hipérion e de Téia, titã por excelência, irmão de Selene e de Éos, personificação do Sol. Surgia todas as manhãs do Oceano para conduzir o carro do Sol, puxado por cavalos que expeliam fogo pelas narinas. Penetrava com seus raios em todos os juramentos. Mais tarde foi confundido com Apolo. O Colosso de Rodes foi uma estátua lhe consagrada.

Selene - Deusa da Lua, irmã de Helios e Éos, da família dos Titãs. Era uma linda deusa, de braços brancos, com longas asas, que percorria o céu sobre um carro para levar aos homens a sua plácida luz. Amou Endimião e foi, posteriormente, identificada com Ártemis.

Eos - Deusa que anunciava o dia. Era representada sobre o carro da luz, guiando os cavalos, com uma tocha na mão. Divindades dos Ventos:

Boreas - Filho de Astreu e de Éos, deus dos ventos do norte, morava na Trácia. Pertencia à raça dos Titãs e era irmão de Zéfiro, Euro e Noto. Raptou Orítia, com a qual casou e que lhe deu os filhos Cálais e Zetes.

Zefiro - Vento que sopra do Poente, anunciador da primavera e venerado como deus benéfico.

Euro - Vento que sopra do Oriente, dependente de Éolo.

Noto - O vento do Sul.

Eolo - Rei dos ventos, às vezes identificado com o filho de Poseidon e Arne. Morador das ilhas Eólias, acolheu amigavelmente Ulisses e seus companheiros e deu-lhes um odre em que estavam encerrados todos os ventos contrários à navegação Ítaca. Os companheiros de Ulisses, por curiosidade, abriram-no e os ventos desencadearam uma terrível tempestade que causou o naufrágio de quase toda a frota. Divindades das Aguas

Oceano - O mais velho dos Titãs, marido de Tétis, pai de todos os rios e das Oceânides. Era a personificação da água que envolve o mundo.

Nereu - Velho deus marinho, filho do Ponto e de Géia. tinha o dom da profecia e a faculdade de tomar várias formas. Era representado com os cabelos, sobrancelhas, queixo e peito cobertos por juncos marinhos e por folhas de plantas similares.

Proteu - Pastor das focas de Poseidon. Morava numa ilha próxima ao Egito e tinha o poder de metamorfosear-se em todas as formas que desejasse, não só de animais, mas também de plantas e de elementos, com a água e o fogo. Segundo Eurípedes, Proteu foi rei da ilha de Faros e, casando-se com Psâmate, teve os filhos Idoteu e Teoclímenes.

Ninfas - Filhas de Zeus, representavam as forças elementares da natureza. Moravam nos montes, nos bosques, nas fontes, nos rios, nas grutas, das quais eram potências benéficas. Viviam livres e independentes, plantavam árvores e eram de grande utilidade aos homems. Dividiam-se em Oceânides, Nereidas, Náiades, Oréades, Napéias, Alseidas, Dríades e Hamadríades.

Lembranças. Parte II

- Na verdade nada de muito importante. – e falou sobre como correu o mundo, vivendo aventuras, roubando, fugindo, correndo. Contou seus casos amorosos com as diversas mortais que cruzaram seu caminho e como a vida tinha sido uma festa atrás da outra. – Encontrei papai. E ele perguntou de ti.
- Dane-se o velho!
- Não seja assim tão rancoroso com ele. Ele não merece. E depois que Hera pediu o divórcio ele anda muito triste. Já não é mais o mesmo.
- Se você fosse jogado de cima do monte Olimpo pela sua mãe e depois por seu pai. Você também seria rancoroso e sinceramente eu quero que aqueles dois se explodam. Na verdade fico triste que tenham se separado. Os dois se mereciam.
- Vamos deixar esse assunto de lado. Pelo menos eu tenho uma boa notícia pra te dar. Mês que vem é janeiro e o Dionísio está preparando uma festança e pediu-me pra convidar todo o pessoal da antiga que eu pudesse encontrar. Sendo assim, considere-se convidado para uma festa daquelas. Vai ser ótimo pra rever o pessoal e relembrar os velhos tempos. Dança, vinho, música. Como nos bons e velhos tempos.
Hermes não fazia a mínima idéia do que os velhos tempos significavam para Hefesto. Fora um tempo de dores e amargura. Uma criança rejeitada por um defeito de nascença. Atirado do alto de uma montanha pela própria mãe. Criado por estranhos. Jogado novamente da montanha por se meter numa briga entre seus pais. Casado com a mais bela das deusas. Simplesmente para ser humilhado dia após dia por suas infidelidades e seus filhos bastardos.
- Quem sabe eu passo lá. Se der tempo eu vou. Farei o possível pra passar lá.
- Bem eu tenho que ir. Foi bom te ver irmão.
- Também foi bom te ver.
Hefesto ficou ali por um tempo encostado no carro. Observando ele se afastar com a bolsa de cartas nas costas. Ia tão rapidamente que parecia que nada naquele mundo seria capaz de pará-lo. Ele sempre fora assim.
Embarcou no automóvel e foi embora. Pensou no pai e na mãe. Em Afrodite e em seus amantes, Ares, Hermes, Dionísio, Poseidon, Anquises. Lembrou todos os outros deuses, heróis, titãs e tudo mais. Deixara tudo àquilo pra traz e não sentia a mínima nostalgia daqueles dias. Com certeza não queria encontrar-se com ninguém daquele tempo. Ali mesmo tomou a decisão. Venderia a casa. Pegaria a família e partiria o mais rápido possível para um país ainda mais isolado do que aquele. Onde o passado não o encontraria. Afinal o passado estava morto. Os deuses estão mortos. E é assim que devem continuar.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Lembranças. Parte I

Hoje era um daqueles dias especiais. Ela caía feito chuva. Podia-se ver os pequenos grãos dançando no ar. As chaminés da fundição despejavam toneladas de fuligem todos os dias. Mas hoje estava demais. Fora da fábrica estava tão difícil de respirar quanto lá dentro.
Saiu do galpão. Manquejando diretamente para seu automóvel. Ouviu atrás de si uma voz familiar a chamar-lhe por um nome que deixara de ser seu há muitos anos. Fingiu que não era com ele e apertou o passo. Ouviu o chamado novamente. Entrou no carro. Ligou o motor.
- Hefesto! Rapaz há quanto tempo. – o carteiro lhe bloqueou a saída do estacionamento fazendo uso do próprio corpo.
Agarrou o volante com firmeza e deixou que sua cabeça despencasse sobre o pequeno círculo da direção. Isso não estava acontecendo. Realmente não queria que aquilo acontecesse com ele. Mas agora era tarde demais. Não havia como se esconder.
- Hefesto! Não reconhece mais os irmãos?
Era um fato. Não podia negar. Aquele cara louro era seu irmão. Apesar de não se verem há séculos isso não deixava de ser verdade. Muito a contragosto saiu do carro. O contraste era gritante, mesmo os dois usando seus respectivos uniformes de trabalho. Hermes. Alto, atlético, loiro. Hefesto. Peludo, baixinho, rotundo, coxo e feio. Generosamente feio.
- Eu não tinha lhe reconhecido. Minha vista não anda boa ultimamente.
- Vem cá me dá um abraço. – e já foi se agarrando ao irmão. Para logo em seguida afastar-se fungando e tomar um lugar contra o vento. O irmão continuava fedendo.
- E então que fazes aqui?
- Bem! Isso é uma fundição. Eu era metalúrgico. Acho que estou no lugar certo.
- Certo! Certo! Eu não imaginava que estaríamos juntos. Quem diria? Na mesma cidade!
- É! E você Hermes o que anda aprontando?
- Sabe como é. Com a falência do Olimpo não me restou muito a fazer senão arrumar um emprego. E assim eu andei por ai até que parei no Correio. Sabe como é, uma vez mensageiro, sempre mensageiro.
Silêncio.
- Casou? Filhos? Casa? Conte as novidades. Depois que os cultos acabaram cada um foi cuidar da sua vida e acabamos perdendo contato uns com os outros.
Muito a contragosto Hefesto contou sobre como estava se adaptando bem naquele país. Arranjara um emprego, uma esposa amorosa. Nem tão bela quanto Afrodite, mas com certeza muito mais fiel que aquela vaca. Tinha dois filhos. Um casal. Por sorte os dois eram crianças normais. Havia comprado uma casa num bairro afastado. No fim de semana ia pescar e às vezes ia beber com os amigos no boteco perto de casa.
- E você Hermes que tem feito da vida?

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Joinville. A cidade dos príncipes.

Essa semana estarei em Joinville/SC.
Adoro essa cidade. Apesar de estar viajando a trabalho. É sempre bom retornar a nossa terra natal. Rever os conhecidos. Caminhar tranqüilamente pelas ruas. Tão conhecidas. Tão íntimas. Íntimas sim. Testemunhas de loucuras, dores e alegrias. Quantas vezes caminhei triste por essas ruas. Quantas vezes, apaixonado, feliz, bêbado, cansado e às vezes até mesmo com ódio. Quantas lembranças. Quantos rostos que ficaram pra trás.
Eu fui embora. Eu mudei.
Graças a Deus a cidade mudou muito pouco em dois anos.

Quem quiser receber um postal daqui é só mandar o endereço. Nas medidas do financeiramente possível atenderei a todos. Quem quiser mandar postais ou correspondência pra mim é só enviar para o seguinte endereço:

L.S. Alves GPLAQ/CTE/DR/SC CEP:88110-901.

Com esse endereço deve chegar até mim.
Em breve novos textos.

Desculpem o texto meio desconexo. Estou escrevendo na minha folga do almoço.
Tchau e até a próxima.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

O lago dos cisnes. Parte V

- Queres ouvir a minha voz? Então ouça a minha história. Eu nasci princesa de um reino distante. Conheci a corte e a sua podridão e falsidade. Por ser uma pessoa honesta e pura fui amaldiçoada a tornar-me um cisne pelo resto da eternidade até que um príncipe viesse me libertar jurando-me amor eterno numa noite de lua cheia. O que ninguém sabe é que entre as aves encontrei a felicidade o amor e a paz que não achei entre os humanos. E hoje você matou meu marido, meus filhos e todos aqueles a quem eu amava. Destruiu meu amor minha paz e minha felicidade. Por isso não o perdôo e agora tomarei sua vida em minhas mãos.
Ergueu a espada novamente e com um golpe ligeiro partiu a cabeça de Siegfried em dois pedaços.
Quando a vida abandonou totalmente o corpo dele ela largou a espada. Olhou uma última vez pro lago. Montou no cavalo e partiu em busca de um novo recanto onde pudesse reconstruir sua vida. Quando o sol nascesse abandonaria o cavalo e seguiria viajem voando em direção a um novo começo. Um lugar onde pudesse curar seu coração partido.


Fim