terça-feira, fevereiro 13, 2007

Lembranças. Parte II

- Na verdade nada de muito importante. – e falou sobre como correu o mundo, vivendo aventuras, roubando, fugindo, correndo. Contou seus casos amorosos com as diversas mortais que cruzaram seu caminho e como a vida tinha sido uma festa atrás da outra. – Encontrei papai. E ele perguntou de ti.
- Dane-se o velho!
- Não seja assim tão rancoroso com ele. Ele não merece. E depois que Hera pediu o divórcio ele anda muito triste. Já não é mais o mesmo.
- Se você fosse jogado de cima do monte Olimpo pela sua mãe e depois por seu pai. Você também seria rancoroso e sinceramente eu quero que aqueles dois se explodam. Na verdade fico triste que tenham se separado. Os dois se mereciam.
- Vamos deixar esse assunto de lado. Pelo menos eu tenho uma boa notícia pra te dar. Mês que vem é janeiro e o Dionísio está preparando uma festança e pediu-me pra convidar todo o pessoal da antiga que eu pudesse encontrar. Sendo assim, considere-se convidado para uma festa daquelas. Vai ser ótimo pra rever o pessoal e relembrar os velhos tempos. Dança, vinho, música. Como nos bons e velhos tempos.
Hermes não fazia a mínima idéia do que os velhos tempos significavam para Hefesto. Fora um tempo de dores e amargura. Uma criança rejeitada por um defeito de nascença. Atirado do alto de uma montanha pela própria mãe. Criado por estranhos. Jogado novamente da montanha por se meter numa briga entre seus pais. Casado com a mais bela das deusas. Simplesmente para ser humilhado dia após dia por suas infidelidades e seus filhos bastardos.
- Quem sabe eu passo lá. Se der tempo eu vou. Farei o possível pra passar lá.
- Bem eu tenho que ir. Foi bom te ver irmão.
- Também foi bom te ver.
Hefesto ficou ali por um tempo encostado no carro. Observando ele se afastar com a bolsa de cartas nas costas. Ia tão rapidamente que parecia que nada naquele mundo seria capaz de pará-lo. Ele sempre fora assim.
Embarcou no automóvel e foi embora. Pensou no pai e na mãe. Em Afrodite e em seus amantes, Ares, Hermes, Dionísio, Poseidon, Anquises. Lembrou todos os outros deuses, heróis, titãs e tudo mais. Deixara tudo àquilo pra traz e não sentia a mínima nostalgia daqueles dias. Com certeza não queria encontrar-se com ninguém daquele tempo. Ali mesmo tomou a decisão. Venderia a casa. Pegaria a família e partiria o mais rápido possível para um país ainda mais isolado do que aquele. Onde o passado não o encontraria. Afinal o passado estava morto. Os deuses estão mortos. E é assim que devem continuar.

2 comentários:

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