quarta-feira, setembro 30, 2009

Oração íntima



Que a minha vida totalmente seja


Na prática do bem, da caridade;


Não permitindo que qualquer maldade


Venha, assim, perturbar minha franqueza.




Que eu tenha no meu sangue só bondade;


Que eu lute pelos fracos com firmeza


E estenda as minhas mãos pela pobreza


Em busca da justiça e da igualdade.




Que eu possa repartir o pão que tenha;


Que em minha casa o adoentado venha


Amenizar o sofrimento e a dor...




Que eu faça da atitude uma receita.


Que a minha vida seja apenas feita


De gestos de carinho e muito amor.




Conforme eu prometi ai acima está um dos sonetos do Hélio Cabral. Com o tempo postarei outros.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Guerra no volante?

Irmã - Imagine quando ele fizer 18 anos, a gente vai brigar muito para ver quem dirige o carro do pai.

Irmão - Não vai ter briga, o que vai haver é SOBERANIA.

Amiga - Ah, mas isso é TIRANIA!

Lu Vieira

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sexta-feira, setembro 25, 2009

No trabalho. Nº 09. Gafe.

Funcionário - Como tá teu tio?

Chefe - Espero que esteja melhor.

Funcionário - Faz tempo que não tem notícias dele?

Chefe - Faz um mês que ele morreu.

Funcionário - ...

quarta-feira, setembro 23, 2009

Eu carteiro

Queria vir aqui dizer que o serviço é fácil e que esse povo todo não passa de um bando de vagabundos, mas não vai ser hoje que eu direi isso. Há uma semana tenho encarnado vida de um carteiro e agora digo que a cidade não tem pena de ninguém. Não importa a cor da pele ou do uniforme. Lá fora o bicho pega e não alivia.

Estamos em greve e por lei temos que manter trinta por cento do efetivo trabalhando. Estou no meio dos trinta. Jogaram uma Fiorino 1.4 na minha mão e mais um distrito de malotes. A primeira coisa que você sente é a desorientação. É na hora da entrega que cai a ficha dizendo que tu não conheces a cidade onde mora. As ruas se emaranham numa enxurrada de becos, avenidas e vielas. Sem placas, sem informações. Desviando de pedestres e de veículos guiados por loucos suicidas. Subindo e descendo escadas. Carregando peso e perguntando a Deus e ao mundo para onde é que você vai.

O clima é um fator todo especial. Dele depende a sua jornada de trabalho. Se fizer sol, o trânsito flui bem, porém o calor vai te queimar e o suor vai escorrer e quando o fim do dia chegar você estará implorando por um chuveiro. Se chover, tudo piora. O trânsito não anda. A lista de entrega molha e esfarela, enfia-se o pé na água e na lama.

No final do dia tudo que resta é um corpo alquebrado e a certeza de um trabalho bem feito. Pode parecer um serviço cruel e desumano, mas apesar das agruras tem o seu lado bom. Conhecer melhor a cidade em que vive e outras pessoas, trabalhar ao ar livre, passar o dia inteiro longe do chefe e aumentar o respeito por esses profissionais que tantas vezes são ignorados e menosprezados.

L.S. Alves

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terça-feira, setembro 22, 2009

Dia da Árvore

A comemoração foi no dia 21 de setembro. Pensei na importância da árvore no último fim de semana. E ela fez companhia para mim. Fiz pedalada na Beira-Mar Norte de Floripa e passeio no horto florestal e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nessas atividades tive a alegria de ter as árvores junto de mim. Sentada embaixo da sua sombra aconchegante, li um livro de poemas, outro de biografia e observei as pessoas, o trânsito, o mar. Sempre olho para a árvore quando vou sentar no banco ou no chão. Observo seu tronco, suas raízes, seus galhos, suas folhas, se há frutos ou flores, seu tamanho, suas cores, se há algum pássaro ou inseto... E adoro fotografá-la.

Na infância, durante as atividades artísticas, seja na escola ou em casa, dificilmente a árvore não aparecia no meu desenho. Veja a ironia: desenhar uma árvore numa folha de papel. Papel que vem da árvore! Já imaginou viver sem ela? A vida ficaria sem a graça do verde. Aliás, a cor verde, para mim, sempre é associada às folhas das árvores. Uma das minhas brincadeiras prediletas era colocar lama no tronco da árvore. Quando a chuva ia embora, saía de casa para brincar com o barro. Pegar a terra molhada e mole em minhas mãos era uma sensação maravilhosa. Dava forma a ela ou colava no tronco das árvores. Na minha imaginação infantil, queria dar mais cor aos troncos.

Deus não iria criar uma árvore à toa. Ela está aí porque é importante para a nossa vida. Se lembramos do Dia da Árvore, consequentemente lembramos também de cuidar de tudo o que há na Terra: pessoas, água, animais, ar, plantas. Para terminar, faço a minha homenagem com fotos que tirei no último fim de semana. Veja algumas delas e procure curtir mais as árvores próximas de você:

Lu Vieira

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segunda-feira, setembro 21, 2009

Eu assumo os meus cachos

Essa frase está sendo dita em muitas revistas voltadas para o público feminino. As mulheres que possuem os cabelos naturalmente crespos ou cacheados estão deixando de usar cabelos lisos. Nunca entendi a febre das mulheres em tê-los lisos. É lindo de ver quem possui cabelos cacheados e bem cuidados. Não vou entrar na discussão de que não é fácil tratar dos cachos. Questiono a beleza e a moda.

Estou gostando de ver as atrizes como a Débora Bloch e a Taís Araújo exibindo os seus cachos. Para mim, elas são muito mais bonitas assim do que com cabelos lisos. Eu entendo que elas já alisaram os seus fios por conta de seus personagens. Só não entendo o motivo das outras mulheres que não são atrizes ou modelos alisarem os seus fios. “Ah, Lu, é moda!” Sempre a moda. Muitas querem ser parecidas com as outras. Se você deseja chamar a atenção, a mim não vai conseguir. Em minha opinião, é como ver o mesmo mar. O mar de muitas cabeças com cabelos lisos. Olho para um lado e depois para outro, e parece que estou vendo as mesmas mulheres. Muitas delas com cabelos compridos. Lisos e compridos. Hoje noto que há mais cabeças femininas com cabelos crespos. Oh, que legal! Uma visão diferente.

Você já viu um homem alisar seus cachos? Pode até ter conhecido um assim, mas não é comum. Os homens não têm aquela “neura” de ter cabelos lisos. As mulheres deveriam seguir o exemplo dos homens. Exibir o que tem de natural. Se seu cabelo é liso, cuide dele e mostre a sua beleza. Da mesma forma, se o seu é crespo, cacheado ou ondulado, cuide dele e valorize a sua beleza. De vez em quando, pode mudar o seu cabelo por causa de alguma ocasião especial como uma formatura ou um casamento. Caso o seu cabelo seja crespo, alise só para participar dessa ocasião especial. Evite fazer isso sempre. Assuma o que você tem.

Eu tenho cabelos lisos, mas sempre quis tê-los cacheados. Minha irmã tem cabelos ondulados e queria que fossem lisos. Minha mãe disse: “Que tal vocês duas trocarem de cabeças?” Já fiz duas vezes permanente. Na primeira vez, os meus cachos ficaram lindos e combinaram com o meu rosto. Muitas vezes saí de casa sem necessidade de penteá-los. Uma maravilha para quem tinha preguiça de cuidar dos cabelos. Com o tempo, eles voltaram a ficar lisos. Na segunda vez, o resultado ficou um horror. Até hoje não sei exatamente o que aconteceu. A cabelereira foi a mesma. Nem ela conseguiu explicar o desastre. Aprendi a lição. Tenho que assumir os meus fios lisos. Hoje se quero ver meus cabelos de forma cacheada, uso bobes à noite e, no dia seguinte, tenho o resultado desejado. Ou então, como estou com cabelos longos, faço trancinhas e depois solto os fios que ficam ondulados.

Enfim, viva as mulheres que assumem os seus cachos! Viva as mulheres que assumem os seus cabelos lisos!

Pessoal, a ilustração foi feita pela jujucartoon especialmente para este texto. Conheça o blog da artista: http://jujucartoon.blogspot.com/

Lu Vieira

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quarta-feira, setembro 16, 2009

Greve nos Correios.

O correio entrou em greve, fui destacado para dar suporte na distribuição.
A partir de hoje trabalho como carteiro.
Quando der retorno com notícias e fotos.


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segunda-feira, setembro 14, 2009

Dia da Independência do Brasil

A comemoração do Dia da Independência do Brasil já passou. Foi em 7 de setembro. Assisti o desfile em Florianópolis, ato que não fazia há muitos anos. Não foi exatamente um desfile para valer. O que assisti aconteceu antes da entrada do local do desfile. Vi o preparo e o ensaio das pessoas que iam desfilar. Assim, comecei a refletir sobre a importância desse dia. Será que vale a pena comemorar esse dia num país tão problemático como o nosso? Para mim, sim. Muitas coisas precisam ser melhoradas, principalmente o caráter dos brasileiros.

No momento, estou decepcionada com o Brasil. Claro que o país possui muitas qualidades boas, mas vejo inúmeros defeitos que existem há muito tempo e que ainda não foram eliminados. Há muita importância ao ter. O brasileiro quer ter o emprego dos seus sonhos, ter imóvel próprio, ter o carro do ano, ter muito dinheiro, ter roupas que estão na moda, ter um corpo magro e malhado, ter um marido ou uma mulher sexy, ter muito sexo... Uma lista infinita de ter. Sinto que o ter prevalece sobre o ser.

O ser que vejo atualmente está no aspecto negativo. O ser corrupto está em alta hoje, principalmente entre os políticos. Se alguém diz que fulano de tal é corrupto, ele se defende que não é e culpa o outro que quer prejudicá-lo ou se diz perseguido por alguém. Não quero ficar criticando apenas os políticos, pois em minha visão eles são o retrato do próprio povo. Não encontramos a corrupção apenas em órgãos públicos. É possível achar em empresas privadas, igrejas, escolas e até nas casas familiares. Corrupção não significa apenas desviar dinheiro de um para si próprio. É também mudança de caráter: do bom para o mau.

Não condeno o ter. O que não pode haver é o excesso de valorização do ter. Da mesma forma, não pode existir tantas pessoas corruptas. No nosso país, quem erra, principalmente os brasileiros que não são pobres de renda financeira, mas pobres de caráter, sempre escapa da penalidade. É o tal do “jeitinho brasileiro”. Jeitinho para pagar menos, jeitinho para ganhar algo que não merece, jeitinho para se livrar da prisão, etc. Poucos admitem que erraram. Poucos pedem perdão. A culpa é sempre do outro. Será que o José Sarney, o atual escândalo político, vai se livrar da punição pelos seus erros? Se olharmos todos os políticos que foram acusados de corrupção, dá para contar nos dedos quantos foram presos? As pessoas costumam passar a mão na cabeça de quem errou: “Coitadinho! Vamos dar um jeitinho para você se livrar dessa situação.” Muitos pais possuem essa mesma atitude com seus filhos.

Por outro lado, o político que ocupa um cargo público deveria se lembrar que foi escolhido pelo povo para que todos tenham boas condições de vida. É pensar e agir para o bem de todos e não em benefício próprio. Deveria ser um bom exemplo de caráter para o seu povo, assim como o pai para o seu filho. Deveria pensar que o cargo que ocupa não é um emprego. É uma causa nobre: ajudar o seu país a ter ordem e progresso como diz a bandeira do Brasil.

Então, há muito que fazer pelo Brasil. Tenho esperança que dias melhores virão e que brasileiros serão pessoas melhores. Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I gritou a célebre frase: “Independência ou Morte!”, quando o sentido era para se livrar de Portugal. Em minha opinião, devemos gritar de novo essa frase com o sentido de se livrar da corrupção. Ou devemos gritar assim: “Honestidade ou corrupção!”?

Postado por Lu Vieira

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sexta-feira, setembro 11, 2009

Deixa a chuva me levar

Noite chuvosa. Mais que chuvosa, parecia que as Cataratas do Iguaçu estavam descendo das nuvens. Ainda para completar, ventava muito. E o vento sul entrava nas frestas da parede, trazendo algumas gotas de chuva e muito frio.
Tião em seu casulo queria apenas dormir. Se o dilúvio acontecesse ele ficaria boiando em sua cama quentinha por quarenta dias e quarenta noites, até que aparecesse alguma pomba, ou sabe lá qual pássaro com um ramo de oliveira (era oliveira?) em seu bico anunciando terra firme.
Fora um dia terrível. O patrão cismou de encrencar com ele. Justo naquela sexta-feira nublada. Ter que trabalhar no sábado. Era só o que faltava. Tirava os sábados para jogar seu dominózinho do bar do Melo até às três da tarde. Sempre com muita gelada e tira gosto a vontade. Depois ia pra casa tirar um ronco até às sete da noite e depois ficava vendo tevê até de madrugada.
_ Diabos! Zeca cismou em ganir uma hora dessas! O que esse desgraçado quer? Tem comida, tem água, tem uma casinha que não tem tantas goteiras quanto a minha, e ainda fica ganindo?!
Onde a vontade e a coragem de sair debaixo das cobertas para ver o que o cachorro queria? Mas a peste não parava de latir e de ganir e com esse barulho todo não consegui pegar no sono. E ainda por cima amanhã tinha que acordar cedo pra trabalhar. Desgraça!
Ficava torcendo para o cachorro parar de ganir, dava umas batidinhas na parede e sussurava pela fresta _Vai dormir Zeca! Mas qual, aí mesmo que o vira-latas gania.
_Vai lá ver o que é Tião. Ele pode estar enrolado na corrente.
Valdete também tava acordada? Aconchegou-se a mulher, mas um cotovelaço esfriou suas vontades.
_ Sai Tião. Vai logo ver o que aquele bicho quer!
_ Diacho!
Levantou-se tropeçando nas panelas que estavam no chão por conta das milhares de goteiras. Manteve o equilíbrio para não escorregar no chão frio e úmido.Acendeu a luz da rua, esperou um pouquinho pra ver se Zeca parava de ganir mas não teve jeito. Tentou abrir a porta, mas qual, ela estava emperrada por conta daquela chuvarada. Deve ter estufado com tanto água. Forçou, forçou mas não conseguiu abrir. Sussurrou alguns palavrões e encaminhou-se à janela.
Abriu a janela e pode ver Zeca, todo encharcado, enrolado no cano da antena da tevê. Bicho burro, pensou. Como pôde se enrolar daquele jeito.
Zeca quando o viu começou a se agitar, quase derrubando a antena. Tião só tinha um jeito, pular a janela.
Chuva, vento, frio, madrugada, cansaço, tédio, raiva por ter que trabalhar no sábado, o cachorro perturbando. Bem que nunca quis aquele pulguento. Sua cunhada que o trouxe e convenceu sua esposa a tomar conta dele.
Tião apoiou-se na janela, lembrou-se que estava descalço, mas já era tarde, depois lavaria os pés, pulou em cima de uma madeira que estava totalmente ensaboada com a chuva, não pôde equilibrar-se e se estatelou de costas no chão. Percebeu que não era apenas o sabão da chuva, mas, também, o cocô do Zeca.
_ Cão miserável!
Tião levantou-se totalmente sujo, dolorido e encharcado. Zeca a essas alturas estava cabisbaixo e silencioso, amedrontado, pois seu instinto já lhe dizia que iria sobrar pra ele. Até porque ele fora o protagonista de toda aquela confusão.
O primeiro pontapé acertou as costelas do cão que soltou apenas um pequeno gemido de dor, o segundo acertou-lhe a cabeça, o que fez doer mais o pé do Tião do que a parte acertada do cachorro, até porque nosso herói estava descalço. Tião conseguiu alcançar a corrente e soltou o cachorro que desabaladamente pulou a cerca e desapareceu.
_Vai filho de uma égua, desaparece e não volta mais! Gritou Tião.
Voltou para a janela e assustou-se vendo Valdete lhe olhando com uma cara de ódio e repreensão.
_ Desenrolei aquele desgraçado e ele fugiu. Foi o que pode dizer entre gaguejos sem graça.
_ Você é um desalmado, bater em um bichinho inocente e indefeso. Seu ignorante, grosso. Agora vais dormir aí na casa do Zeca para aprender. Antes que Tião pudesse articular qualquer palavra, Valdete bateu-lhe a janela na cara, quase lhe atorando os dedos.
Ainda protestou e bateu na janela, pedindo que ela abrisse, mas como viu que seria impossível e a vizinhança já começava a reclamar, não teve escolha senão se encolher na casa do Zeca, e passou a noite ali, molhado de corpo alma e coração, com cheiro de cocô e de vez em quando soltando um ganido que não sabia se era de frio ou de indignação.

Hélio Cabral Filho

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terça-feira, setembro 08, 2009

A menina que roubava livros

Ganhei de presente da minha esposa. Não fosse esse gesto de carinho creio que este livro jamais entraria para minha biblioteca. Gostaria de dizer que isso seria uma perda irreparável e blá, blá, blá, etc. Mas o fato é que o volume é apenas um passatempo aceitável.


A história é narrada pela Morte e passa-se nos tempos da Alemanha nazista. Onde acompanhamos a trajetória de Liesel Meminger, a menina que roubava livros. A Morte é pretensiosa e se da ares de grandeza, sua figura é tão chata que me dá vontade de viver eternamente para ser poupado de um tête-à-tête com tão tediosa criatura. É fato que ela não é a personagem principal, entretanto, esperava muito mais personalidade por parte dela.


A protagonista, uma menina alemã magrela órfã de pai comunista, separada da mãe pelo estado e que viu o irmão morrer ao seu lado dentro de um trem cheio de párias da sociedade germânica. Entregue aos cuidados de uma família de estranhos descobre as primeiras letras, prazer pela leitura, o valor da confiança e o peso das responsabilidades que separam o mundo infantil do adulto. Entre as responsabilidades que servem de limiar encontra-se a tarefa de manter um judeu escondido no porão por vários meses seguidos. Há espaço para aventuras infantis e descobertas da pré-adolecência, tais como o primeiro beijo.


O livro apresenta algumas intervenções gráficas, livros desenhados pelo hóspede judeu, que considero interessantes, não sei se inovadoras, mas com certeza interessantes e muito bem vindas, pois tiram de cima da trama central os olhos do leitor. Dando um alento positivo a obra.


Fora isso não há muito que escrever sobre esse livro.


"Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores e poéticos romancistas dos dias de hoje. Com a publicação de A Menina que Roubava Livros, ele foi batizado como um "fenômeno literário" por críticos australianos e norte-americanos. Zusak é o autor vencedor do prêmio de quatro livros para jovens: The Underdog, Fighting Ruben Wolfe, Getting the Girl, Eu Sou o Mensageiro (I am the Messenger), receptor de um 2006 Printz Honor por excelência em literatura jovem.Mais novo de quatro filhos de um austríaco e uma alemã, o escritor mora com sua esposa e filha em Sidney, na Austrália." Trecho retirado daqui.


Deixo minha recomendação para aqueles que apreciam leituras suaves para passar o tempo. Àqueles que gostam de saborear algo mais substancioso indico não desperdiçar tempo com essa história.

Editado: Para aqueles que quiserem uma opinião diferente recomendo esta resenha publicada no blogue Leitura mais que obrigatória.


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segunda-feira, setembro 07, 2009

Dunga & Eu

Ter um cachorro é bom. Ter um cachorro chow-chow é muito bom. Logo, os leitores estão pensando que sou uma pessoa que adora cachorro chow-chow. Sim, vocês estão certos. Quando vejo um, fico maluca. Paro para apreciá-lo aonde quer que ele esteja. Se estiver acompanhado do dono, pergunto sobre o cachorro. Em muitas caminhadas ou pedaladas que fiz em Floripa, um dos apelidos de Florianópolis, não era difícil cruzar com um chow-chow. Muitas pessoas devem ter pensado que eu estava admirando ou paquerando o dono, mas se enganaram. Mal reparava no dono, eu só tinha olhos para o chow-chow. Vocês sabem como é o cachorro dessa raça? Deem uma olhada na foto abaixo:


Uma fofura, concordam? O cachorro da foto era o Dunga que viveu com a minha família até fevereiro de 2008. A principal característica do chow-chow é a língua azulada. O Dunga era um chow-chow sem “pedigree”.

Durante a minha infância, adolescência e início da juventude, não tive cachorro em casa. Não que eu e meus irmãos não gostássemos de cachorro. Nós sabíamos que quem iria cuidar dele seria a minha mãe. Queríamos o cachorro só para brincar e ter a sua companhia. A minha mãe já tinha muitas responsabilidades. Então, não ficávamos insistindo em ter um cachorro.

A primeira vez que eu vi um cachorro chow-chow foi em Floripa, quando morava com a minha tia em 1994. Era estudante de Biblioteconomia e ia e voltava da faculdade de ônibus. Certo dia, dentro do ônibus, vi dois cachorros espetaculares. Nunca tinha visto igual a eles. Na verdade, eu me perguntei se eram mesmo cachorros. Pareciam dois leões em miniatura. A casa onde eles viviam não era muito longe donde morava. E não perdi tempo de ir vê-los mais perto. Soube que era um macho e uma fêmea. Toda vez que pegava ônibus, procurava sentar no banco onde dava para olhar esses seres graciosos.

Abandonei o curso de Biblioteconomia e voltei para Joinville. Anos depois, a namorada do meu irmão, hoje esposa dele, comprou um chow-chow com três meses de vida. Como morava em apartamento e vendo que o animal não era pequeno como pensava, ela perguntou se a minha família queria ficar com ele por alguns meses até terminar a construção de sua casa. Eu nunca havia imaginado que um dia teríamos cachorro em nossa casa. Nunca imaginei que seria um chow-chow igual ao casal que tanto gostava de vê-los em Floripa.

Quando a casa da namorada do meu irmão ficou pronta, o Dunga foi morar com ela. Apesar da casa dela ser próxima da nossa, foi difícil me acostumar sem tê-lo por perto. A namorada do meu irmão não gostou de vê-lo destruir o seu quintal. Novamente ela veio perguntar se nós queríamos ficar com o Dunga, dessa vez de forma definitiva. Claro! Ele já havia destruído boa parte das plantas de nossa casa. Minha mãe conseguiu fazer com que não destruísse as plantas de um canteiro de trás da casa. Como gostava de correr no quintal de nossa casa! Gostava de comer o que nós comíamos. Costumava colocar as suas patas dianteiras na mesa e olhava para a gente como se estivesse implorando: “Dá um pedacinho pra mim, por favor!” Conseguimos acostumá-lo a comer ração misturada com pedaços de carne.

Tínhamos que tomar muito cuidado com o portão da casa. Deveria estar sempre fechado. Caso contrário, ele disparava para a rua. Diversas vezes, conseguiu fugir. O meu coração ficava aflito e já imaginava ele sendo atropelado. Quando levávamo-lo para passear, era preciso segurá-lo com muita força na corrente. A alegria dele era tanta que acabávamos sendo arrastados por ele. Não adiantava puxá-lo. Quando o cansaço tomava conta dele, era nesse momento que conseguíamos andar lado a lado. Como éramos novatos em lidar com cachorro, percebemos tardiamente que ele precisava de um adestrador. Apesar dessa falha, conseguimos conviver de forma harmoniosa.

Certa vez, aconteceu algo extraordinário. Cheguei em casa após um dia de trabalho e coloquei o carro na garagem. Entrei em casa para guardar os meus pertences. Havia uma cesta básica que ganhei do trabalho no porta-malas do carro. Então, voltei para o carro, abri o porta-malas, peguei alguns produtos da cesta básica, olhei para o outro lado e... O PORTÃO ESTAVA ABERTO! Rapidamente, virei e olhei para o Dunga que se encontrava sentado na frente da porta da casa. E, imediatamente, sem correr, fui em direção ao portão para fechá-lo. Inacreditável! Ele não tentou fugir! Ficou tranqüilo e vendo o que eu fazia.

Ele foi meu modelo fotográfico predileto. Quando cursava Jornalismo, havia aulas de fotografia. As máquinas fotográficas que utilizávamos eram profissionais. Hoje esses equipamentos são mais práticos, pois as imagens são digitais e podemos ver como elas ficaram na tela da própria máquina e do computador. No tempo da faculdade, não havia essas facilidades. Então, para dominar o uso da máquina fotográfica profissional, treinei bastante tendo o Dunga como modelo. Afinal, ele sempre estava disponível para mim. A foto do lado foi fruto do meu treinamento.

Na clínica veterinária onde o Dunga era tratado, as pessoas diziam que ele era o único chow-chow manso. Outros chows-chows eram brabos. O Dunga era considerado o cachorro “zen”. Ele não costumava ficar latindo à toa. Só latia quando havia presença de perigo ou alguém estranho ou com atitude suspeita. Só de olhar para a sua aparência, as pessoas ficavam assustadas ao passar na frente de nossa casa. Alguns diziam que era filhote de urso, outros, filhote de leão.

O Dunga tinha um inimigo. Era o Nero, um vira-lata preto da vizinha de frente de nossa casa. O Nero podia sair e voltar para casa sozinho. Às vezes, ele ficava sumido por um bom tempo. Certa vez, eu estava levando o Dunga para passear quando o Nero veio em nossa direção. Ele atacou o Dunga. Tentei separar os dois e não deixei o Dunga machucá-lo. Apesar de ser mais novo, já era mais forte que o Nero. Pronto, os dois se tornaram inimigos. Era engraçado ver os dois, cada um na sua casa, correndo pra lá e pra cá, latindo e olhando um para o outro. Quando o Nero morreu, o Dunga ficou triste. Por vários dias, ficou quieto olhando para a casa onde o Nero morava. Ele gostava do seu inimigo. Ou talvez nem fossem inimigos.

Um dia o Dunga também partiu. Quando isso aconteceu, eu já vivia novamente em Floripa. Minha família e o cachorro continuaram morando em Joinville. Não sabemos a causa de sua morte. Antes de levar à clínica veterinária para banho semanal, meu pai percebeu que ele estava fraquinho. Precisou carregá-lo para colocar no carro. À tarde, a clínica ligou para o meu pai avisando que ele estava bem e já podia buscá-lo. Chegando lá, o Dunga tinha acabado de falecer. Meu pai não quis fazer a autópsia por conta do alto custo. As suspeitas foram que ele faleceu por causa da idade avançada ou do osso estranho que foi encontrado em nossa casa. Talvez o osso estivesse envenenado. Ele tinha 8 anos.

A última vez que vi o Dunga, ele estava com os pelos curtos. Ia para Joinville em alguns fins de semana. Havia dito a ele: “Na próxima vez, quero te ver todo peludo de novo!” Não houve a próxima vez. Deixou saudades e marcas de uma boa convivência. A foto do lado foi a última que eu tirei dele.

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sexta-feira, setembro 04, 2009

A tragédia de um picareta - imitação de hamlet ou coisa parecida

Ser ou não ser um mero inadimplente?
Dever ou não dever, eis a questão:
Pagar a conta mais antiga e urgente
Ou qualquer uma sem definição?

É mais nobre sumir completamente
E nunca mais pagar a prestação?
Ser mesmo um caloteiro consciente
Ou assumir o encargo, a obrigação?

Sonhar, dormir... de que adianta isso?
Ao acordar lá está o compromisso!
O sono não garante a quitação!

Sonhar ganhar sozinho a loteria.
Daí viver em paz, em harmonia,
Ou então morrer do coração...!

Hélio Cabral Filho

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quinta-feira, setembro 03, 2009

No trabalho Nº 08. Dormindo no trabalho.

Funcionário 01 - E aí como é que foi o curso? Boas palestras? Alguma dinâmica legal?

Funcionário 02 - Nunca me pagaram tanto pra dormir tão bem.

terça-feira, setembro 01, 2009

Pais e filhos Nº04. Perguntas indiscretas




Mãe e filha no supermercado.


Criança - Ô tia você pintou teu cabelo de louro de novo?


Cx do mercado - Não! Eu lavei.


Criança - Ué! Eu sempre lavo o meu e ele não muda de cor!


Pessoal ganhei desenhos exclusivos da Juju cartoon para a série Pais e filhos e a partir de agora vou atualizá-los e republicá-los com essas ilustrações. Apreciem, comentem e visitem o blog da artista.


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