segunda-feira, março 15, 2010

Rosto comum

É impressionante como eu tenho cara comum. Não possuo um rosto exótico. Fui confundida diversas vezes com outras pessoas. Sou parecida com alguém, até com gente famosa. Já ouvi diversas vezes as pessoas falarem comigo assim: “Conheço você de algum lugar”. Olho para elas e me dá uma sensação ruim. Será que as conheço também? Não gosto de esquecer quem conheci ou conheço. Creio que ainda tenho boa memória.

Já fui parecida com a ex-atriz Lídia Brondi e as atrizes Silvia Pfeifer e Bel Kutner. Como a Silvia Pfeifer atua hoje numa novela da TV Record, me disseram que lembro muito a atriz. Só apareci na televisão uma vez na vida. Foi para uma televisão paga e veiculada somente em Joinville. Havia sido entrevistada num programa como veterana do curso de jornalismo. Junto comigo estava o calouro do curso. A ideia do apresentador era conhecer os pontos de vista de um calouro e de uma veterana sobre a faculdade de jornalismo. Nunca vi a entrevista, pois não tinha TV paga em casa. Não quis pegar uma cópia do programa. No entanto, ouvi isto: “Eu vi você na TV!”.

Na escola, nunca fui parecida fisicamente com a minha irmã. Com as amigas dela, sim. Quando estava junto com elas, muitos falaram assim: “Não, você não se parece com ela, mas com ela sim (apontando para a amiga de minha irmã). Quando minha irmã entrou para a faculdade, aconteceu a mesma coisa. Ela tinha (ainda tem) uma amiga que era a minha cara. Somente uma vez na vida fomos consideradas irmãs. Havíamos cortado o cabelo acima dos ombros e repicado os fios. Um colega de trabalho meu disse: “Eu te vi no sábado dirigindo perto da minha casa e acenei para você. Mas você não me viu”. Naquela tarde de sábado foi a minha irmã quem dirigiu o carro de meu pai. Ele insistiu tanto dizendo que era eu que terminei a conversa desta forma: “Tá, era eu mesma”. Uma vez a caixa de supermercado olhou para nós duas e perguntou: “Vocês duas são gêmeas?”

Uma colega de trabalho me elogiou: “Lu, adorei o seu discurso de ontem”. Ela explicou que foi num evento da Igreja Católica. Várias vezes fui escolhida como representante dos colegas para discursar sobre alguém por causa do aniversário ou de alguma conquista. Eu falava de improviso e as palavras ditas por mim eram sinceras, verdadeiras e vinham do fundo do meu coração. Sempre pedi a Deus que da minha boca saísse mensagens boas para o homenageado e a todos os acompanhantes da ocasião. E não fui eu quem fez o discurso no evento da Igreja Católica.

Na faculdade não foi diferente. Uma colega chegou na sala de aula e logo sentou ao meu lado contando: “Lu, paguei o maior mico hoje!” Ela havia ido numa clínica médica e começou a conversar com a atendente. À medida que conversava, ela percebeu que “eu estava estranha”. Nunca trabalhei em consultório médico...

No ano passado teve um dia que estava lendo um livro na biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) quando fui abordada por um rapaz com esta pergunta: “Você é a primeira colocada geral do vestibular da UFSC?” A jovem que obteve essa classificação tinha o rosto estampado em outdoors, propaganda da escola onde estudou e se preparou para o vestibular. E também aparecia na TV. Foi entrevistada em jornais da cidade. Sim, a moça se parecia comigo. Ela usa óculos, têm cabelos lisos, longos e castanhos, pele clara, sorriso bonito, usa anéis, principalmente no dedo polegar... A diferença? Sou uma balzaquiana e ela com 17 anos de idade.

No entanto, creio que, às vezes, eu mesma confundo as pessoas. Costumava mudar constantemente o meu visual. E fico diferente a cada corte novo de cabelo. O meu rosto parece ser mutável. Já tive cabelos curtos (fiquei a cara do meu irmão e não volto a ter esse visual de jeito nenhum), estilo chanel, franjinhas, cabelos repicados, pintados, etc. Hoje já não mudo tanto. Estou de cabelos longos e com a cor natural. Mas... Tenho vontade de pintá-los. Ainda vou amadurecer essa ideia. Será que vou causar novas confusões? E vocês? Já foram confundidos com outras pessoas?

A ilustração que acompanha este texto foi feita pela minha cunhada Nina. Ela a fez quando brincava de desenhar e pintar com os seus filhos. Humm, a moça da ilustração me lembra alguém...

Lu Vieira

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14 comentários:

  1. Lu, adorei este artigo. E realmente acontece estas coisas que muitas vezes são motivos de boas risadas. Comigo, o que mais confundem é como irmã do meu marido ( e ele nem tem irmã rsrs)! Acham que somos irmãos de tãoooooooooo parecidos!Confesso que detestava isto porque ele não me era muito simpático ( e era feio que dói!) e sequer namorávamos! Rsrs. Trabalhávamos no mesmo escritório e quando ia buscar um processo me diziam: seu irmão já levou! Depois de casados piorou rsrs. Mas passou a raiva rsrs. E uma tia , casada com meu tio e, portanto, com ele que eu deveria ser parecida hahahaha.

    Minha filha caçula também vive sendo confundida comigo! Aff Maria! Coitadinhaaaaaaa! E na faculdade e até num curso que estudou japonês na embaixada japonesa, confundida como japinha. Ela nega, mas não acreditam ( filha de uma carioca e um paraibano! kkkkkkkkk).. E só a chamam de japinha e ate no nome ( de Mariana, virou MAKI) Quando foi a India e Nepal, só falavam com ela num dialeto, pois acreditavam ( embora ela explicasse milhões de vezes, com a negativa) que ela pertencia a um povo do sul do Nepal ( algo assim).

    Minha filha mais velha confundida como filha da minha cunhada ( que aliás se chama Sara). Muito engraçado. E já foi confundida com Sandy ( a do Junior), num hotel. Odiouuuuu!

    Um primo, filho de boliviano com brasileira ( minha tia) e com avós japoneses era confundido como filho do meu padrasto com descendência alagoana ( NADA A VER!) rsrs.

    Uma vez um guarda de trânsito ( ih faz décadas rsrs) brigou com uma tia e ela não entendeu nadica. Acontece que foi minha mãe que o esculhambou na véspera rsrs. E ela que ia ser presa por desacato rsrs

    Meu pai era frequentemente confundido e parado nas ruas onde quer que fosse com Saturnino Braga. Era abraços ao " senador", beijos, pedidos, paparicos... Ele no final já falava..Ah é meu primo! E mesmo assim, não acreditavam rsrs.


    E tenho inúmeras histórias de morrer de rir!


    Beijos e ótima semana!

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  2. Lu, muito interessante esse teu texto. Fiquei imaginando as cenas...rs
    Olha, pra falar a verdade nunca me confundiram com ninguém, mas já me acharam parecida com algumas pessoas. Você já parou pra pensar que a frequência com que alguns de nós somos confundidos é bem semelhante a com que vc é confundida e - talvez - por prestar bastante atenção nisso, vc acaba achando que é "comum demais" ou "altamente confundível"?
    Olha, eu digo isso por experiência própria. De vez em quando encasqueto com partes do corpo. Nariz, olhos, boca, orelhas, dentes... De épocas em épocas reparo em um determinado ponto do meu corpo e - com isso - acabo reparando também nessa parte do corpo nas outras pessoas. Quando pinto meu cabelo de ruivo, é impressionante a quantidade de ruivas que aparecem na minha frente. Será?! Ou sou eu que passo a reparar mais nelas?!
    Mas muito legal sua história! Ah! E pra quem só estava brincando com os filhos, ela leva jeito pro negócio.
    Beijos escarlates!!!

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  3. Sam! Adorei saber das situações que você relatou. Muito engraçado! Sim, as que contei neste post também me deram boas risadas. E tenho mais uma que aconteceu exatamente ontem, no fim da tarde de domingo. Minha irmã estava me apresentando a um senhor e ele, olhando para nós, disparou: "Vocês são parecidas só nos óculos!" Rsrsrs! Tanto eu quanto ela usamos óculos. Beijos e ótima semana para você também!

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  4. Flávia, que interessante o seu ponto de vista. Nunca parei para pensar que presto bastante atenção na frequência que sou confundida e acabo achando que sou "comum demais" ou "altamente confundível". Você fez uma ótima pergunta. E acho que é exatamente isso.

    Bacana você reparar em partes do seu corpo com relação ao dos outros. De fato, se, por exemplo, eu pintar os meus cabelos de loiro, passo a notar mais nas mulheres loiras. Parece que procuro ver se as outras fizeram a mesma coisa que eu. No entanto, isso pode dar a ideia de que sigo a moda, de que quero ser igual a maioria das pessoas. E não gosto de ser escrava da moda.

    Obrigada pelo elogio dado também a minha cunhada Nina. Beijos escarlates para você também!

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  5. Creio ser maravilhoso ser "confundido" com com alguém...se esse alguém for uma pessoa idônea. Quando somos bastante sociáveis(meu caso)parece-me que é bem mais lembrados.

    Dia disseram que pareço o Axl Rose( do Guns). Pelo menos, ele é uma pessoa boa.

    Um forte abraço.

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  6. hehe... legal você falar sobre isso Lu... acho que todos nós nos parecemos com alguém... eu, por exemplo, sempre sou comparado a argentinos... hehe...
    Não sei se vocês conhecem também o Fernandão, jogador de futebol que jogava no Internacional... pois bem... em duas cidades que morei, meu apelido era Fernandão...tinha gente até que achava que meu nome era Fernando... hasuhuahs...

    Aqui no local onde moro atualmente, há poucas semanas, estava no mercado, na fila do pão. Quando ouço um senhor de idade já. Ele falou: "Vem cá hein, tu não é o Fernandão, aquele que jogava no Inter?"... e eu: "não, não sou não (risos)". Aí ele retrucou: "Mas tem certeza que não é nem parente dele?". Nossa, ri demais... hehe...

    e jogadores extrangeiros de futebol também é comum. Tem uma lista extensa, que muitos nem devem conhecer. Schiavi, Maidana, Gavilan, Escalona, Zamorano, Saja, herrera e por aí vai! Quase todos ex-jogadores da dupla Gre-Nal. Fazer o que né, tenho cara de castelhano... hehe...

    Era isso então... bom texto e até a próxima...

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  7. Ah, é verdade, Freud, fica uma maravilha se sou confundida com alguém que seja idônea. Quem sabe a confusão não se dá somente no aspecto físico. Pode ser no comportamento, no jeito de ser da pessoa. E ninguém merece ser parecido com alguém que tem má fama. Já pensou ser com o Adolf Hitler?

    Legal, você ser parecido com o Axl Rose. Afinal, para mim, ele tem bom comportamento. Forte abraço pra você também!

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  8. Mr. Gomelli, obrigada pelo elogio. Percebi que você é parecido com jogadores de futebol. E você provavelmente deve gostar muito de futebol. Eu não lembrava do Fernandão e fiz pesquisa na internet para ver como ele é. Quanto aos demais jogadores estrangeiros, não os conheço. Se o Fernandão aparecer na mídia, vou me lembrar de você, hehe. Já pensou se você fosse repórter esportivo e ir entrevistar o Fernandão ou os outros jogadores parecidos com você? Iria dar muita confusão, rsrs.

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  9. Eu já cheguei numa feira do livro e taquei um beijo na vendedora pensado que ela era uma amiga minha lá de Joinville.
    E lá em Joinville pessoas juravam de pés juntos que eu andava frequentando uma certa danceteria, quando na verdade passava pacatas noites no aconchego do meu lar.
    Pelo visto quase todo mundo tem uma história dessas pra contar.
    Um abraço moça.

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  10. L.S.,Lu, querem ver , eu também, numa loja movimentada, eu confundi o primo de um grande amigo...fui logo dizendo: Como vai a família Andre(frente a frente)?
    Quando fui olhar...já sabem o final..o meu rosto idêntico ao um grande "pimentão".

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  11. Que mico, amigo Alves! A vendedora deve ter ficado aturdida. Sim, muita gente tem história para contar mesmo. Muito legal! Um abraço moço!

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  12. Ah, Freud, eu também fiz confusão com uma grande amiga minha. Estávamos sem nos ver por alguns anos. Saí do trabalho e fui para o ponto de ônibus. Havia apenas uma moça esperando pelo ônibus. Fui falando: "Quanto tempo! Que bom te reeencontrar..." A alegria era tanta por revê-la. Mas... não era ela. Muito parecida! A moça ficou até ficou sem graça, coitada. Eu falava: "Sou a Lu, que estudou com você...". Fiquei atordoada e chocada por não ser quem eu pensava e, ao mesmo tempo, pela semelhança física (tamanho, cabelos, rosto, etc). Anos depois contei para a minha verdadeira amiga sobre essa história. Ai, que mancada!

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  13. Lu, entrei aqui para agradecer seus comentário em meu Blog e adorei ver que você também escreve e muito! Uma dica: se você quiser divulgar mais seus textos, pubique-os em outros sites também. Tente o http://portugues.agonia.net/ é só se inscrever, escolher a categoria, prosa, poesia, ensaio... e mandar. Eles analisam e publicam. Boa sorte. Beijos, Valéria

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  14. Valéria, muito obrigada pela dica! Gostei do site indicado por você. Beijos!

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