quarta-feira, março 31, 2010

Faça a coisa certa

Podem me chamar de reacionário, machista, de troglodita antiquado, mas pra mim certas coisas tem que ser feitas à moda antiga. Digo e repito, não sou dado a essas “modernidades”. Se a natureza escolheu uma forma de ser para cada entidade é porque essa é a forma correta para elas.


Por isso que pra mim brigadeiro tem que ser bolinha. Misturar os ingredientes e serví-los numa panela, prato, bacia, etc. É servir um doce qualquer à base de chocolate. O que nem de longe retém a graciosidade de uma esfera achocolatada, coberta de chocolate granulado e suavemente depositada sobre uma singela forminha de papel. Isso sim é um brigadeiro. Que vem na dose certa pra se desmanchar na nossa boca. O que não tem nada a ver com o ato bárbaro, primitivo até, de comer com colher ou até mesmo com a ponta dos dedos.

Alguém pode argüir que dessa forma dá muito trabalho e que ser bolinha ou não é algo que não muda o sabor do doce. Mas e quanto a apresentação? Seriam os olhos indignos de receber um alimento minimamente trabalhado? Por que eles deveriam se contentar com uma massa escura e sem forma definida?

E antes que digam que sou preconceituoso, aviso logo que já comi o doce nas duas formas descritas neste texto e que minha opinião é baseada em experiências já vividas.

Resumindo: pra ser brigadeiro, tem que ser bolinha.
 
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10 comentários:

  1. Acho que não tem muito a ver com a apresentação, os olhos serem ou não dignos de receber um alimento minimamente trabalhado, etc. Tem a ver mais com o público-alvo. Você gosta do brigadeiro-bolinha, eu posso adorá-lo em outras formas, cores, até sabores! Até mesmo posso gostar de casadinho e apelidá-lo de brigadeiro. Pra mim, será brigadeiro. Afinal, quem determina os padrões/o que é certo? Enquanto existir demanda para os diferentes tipos de produtos ofertados...
    Bom, mas que bom que você tem base para suas colocações. Respeito isso.
    "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." (Voltaire)

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  2. Ok Flavia , mas você ainda não disse como tu gostas de saborear, ou até mesmo se não gostas de brigadeiro.
    Gostei da sua opinião. Vamos ver agora o que os outros irão dizer. Um abraço moça.

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  3. Olá, tudo bem???

    Lembra que escrevi uma resenha sobre uma biografia de um portador do vírus HIV, ele respondeu e, ouvindo os pedidos dos leitores, propus para ele uma entrevista?

    Então, ele aceitou! Já me respondeu e publiquei um post explicando tudo. Passa lá pra ver! :)

    Estou feliz por estar de volta....esse sumiço me deu muita saudade aqui dos cantinhos que tanto adoro. :)

    beijos!

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  4. É verdade. Pra ser sincera, não curto muito doce. Sou amante dos salgadinhos...rs
    Mas falando sério agora (não que antes estivesse brincando... eita! vc entendeu! *rs): como disse lá no Escarlate, não gosto da perfeição. Sempre fui chegada ao que é diferente, de alguma forma. Não estrambólico, exagerado, mas diferente. Uma bonequinha de pano com uma costura na bochecha, aquele aviãozinho com a asa quebrada... etc. A revolucionária que existe em mim sempre lutou pelos brigadeiros à margem da sociedade - pra fazer fabricantes e consumidores entenderem que a variedade existe tal qual a demanda para os mais diversos tipos de doces, salgados, amargos, enfim.
    Adoro discussões saudáveis, como esta.
    Abraço, Alves! Gostei da polêmica. rs

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  5. Bom dia,

    Acho justo.

    Com o passar do tempo até nos esquecemos das coisas mais básicas da nossa infáncia!

    kandandu!

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  6. Carla já vou lá conferir o trabalho. Um abraço moça.

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  7. Rosita fazer brigaderios é mesmo uma coisa da minha infância. Quando pequeno passavamos ás ésperas de aniversários a fazer docinhos e enrolá-los. Brigadeiros, beijinhos, olhos de sogra, a fámilia toda à volta da mesa a preparar a festa do dia seguinte.
    Moça obrigado pela visita e um kandandu pra ti também.

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  8. Gastronomicamente falando a apresentação de uma comida é MUITO importante. Mas quando não se trata de um evento importante e a comida é feita para os íntimos... Não me importo tanto com a apresentação. Eu prefiro brigadeiro com confeito colorido e de bolinha! E quando não dá para enrolar o brigadeiro eu jogo o confeito no prato mesmo e como o brigadeiro com todo um ritual (não sei por que, mas eu como das bordas para o centro, vou rodeando o prato com a colher, acho que é porque no centro sempre fica mais quente...).
    Falando sobre a vida, a apresentação é importante, mas não é tudo. Porque se o conteúdo não for bom a apresentação não vale nada. Antes um brigadeiro mal apresentado, numa panela velha, mas muito gostoso do que um brigadeiro de bolinha com confeito colorido que esfarela de tão duro e com um péssimo sabor.
    Acho que é isso. :D
    Beijos!

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  9. Flávia a idéia desde o princípio era causar um debate. Que bom que você participou. Um abraço moça.

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  10. Raíssa no fundo o que eu queria mesmo era isso. Seu ritual, suas idéias, prefências. E quanto a apresentação... posso dizer que não me ofendo, mas ainda prefiro um brigadeiro gostoso e bem enroladinho.
    Um abraço.
    P.S: Teu jeito de comer brigadeiro no prato me lembrou do tempo em que eu comia mingau. Talvez por isso essa forma de comer não me agrade mais.

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