quarta-feira, outubro 29, 2008

Ayua. Parte III

Olhou e não reconheceu o lugar onde se encontrava. De fato tridimensional era um conceito totalmente exótico para ele. Olhos fechavam e abriam desordenadamente. A claridade do local infligia dor e desorientação. Um movimento espasmódico percorreu-lhe as fibras. Sensações. Milhares de sensações bombardeavam-no por todos os lados. Não havia parâmetros. Não havia padrões para comparar. Tudo acontecera tão rápido. Ele não estava preparado. Essa era a verdade. Agira precipitadamente e agora não conseguia controlar o resultado de seus atos. Emitiu um som inarticulado e rouco. Dentro do cérebro corria em todas as direções tentando compreender de que forma aquele corpo funcionava. Mexendo onde não devia aumentava o descontrole e ampliava o caos e a destruição. Em algum lugar deveria haver um manual. Um guia. Instruções de uso. Qualquer coisa que o pudesse ajudar a tomar as rédeas da situação. Não encontrou coisa alguma que pudesse salvá-lo naquele momento de luta pela sobrevivência. Tentou fugir, voltar ao seu plano existencial. Entretanto agora era demasiado tarde para essa manobra. Aquele corpo não sonhava mais, logo não havia como evadir-se dali. Lançou um grito final ao notar que seu destino estava atrelado a um corpo que não podia comandar e nem abandonar.
O corpo debateu-se por mais alguns instantes até que parou totalmente inerte e sem vida e sem alma.
Ayua agora já não existia mais.

Fim

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16 comentários:

  1. Sifu, hehehe.

    Legal o final, imprevisível. Gostei, parabéns.

    Vai um aviso legal pra vc, o site www.duelodeescritores.blogspot.com abriu a rodada de desafio de contos para os leitores do blog. O tema é "1 ano". Convido vc para participar lá, é um ótimo desafio. Os textos precisam ser enviados até o dia 6.

    1 abraço.

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  2. Jefferson vou passar lá e dar a minha contribuição.
    Um abraço.

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  3. Alexsandra fico feliz que tenha agradado. Volte sempre.
    Um abraço.

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  4. Ola,

    Vim aqui te dizer vc ganhou um premio la no meu blog......

    Abracos e fiquem com Deus

    Barbrinha

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  5. Barbara já vou passar lá pra conferir.
    Obrigado e um abraço.

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  6. Gostei...Parabens!


    Carla

    http://www.arte-e-ponto.blogspot.com

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  7. Apetece pedir ao Ayua para acordar e parar de ter esse sonho...

    Beijo meu ♥,

    A Elite

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  8. Ayua desconhecia as angústias da matéria. Achou q as suas eram maiores...Tarde demais fora compreender....


    Muito bom!

    Beijos!

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  9. Interessante, seu Alves.

    Tiro a seguinte conclusão, embora haja outras leituras do conto. É que, jamais poderemos viajar noutros corpos. Isto é; cada um a sua personalidade.
    É por isso que é difícil compreender os outros. Como o mundo também não é só a preto e branco, ficamos com a enorme paleta de cores do homo sapiens, com as suas virtudes e defeitos. Assim é que está certo.

    Boa semana

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  10. Ufa! Li dese a primeira parte, quase sem parar pra respirar, rs
    Muito bom!
    Beijos!!

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  11. Existia pois, agora a alma viveria no espaço, no reino das almas, mas onde haveria justiça e amor, perdão, e claro que dali iria para outro reino, mas a sua vida não acabaria jamais!...Bonito, um jinho da laura..

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  12. O que mais gosto no teus contos sao os finais. Excelente!
    Bjs meus

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  13. Muito bom! O texto permite tirar várias conclusões! Abraços!

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  14. Luciana fico feliz que tenhas achado isso.
    Um abraço moça.

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