quarta-feira, agosto 04, 2010

Entrevista nº 02: Mr. Gomelli

Depois da querida Laura Vieira, agora é a vez de Pedro Giumelli Gonçalves ser entrevistado aqui. Na blogosfera ele é conhecido como Mr. Gomelli, o mesmo nome de seu blogue. Com apenas 23 anos de idade, o moço é jornalista do Jornal das Missões e participa eventualmente de algumas transmissões esportivas da Rádio Santo Ângelo, que é do mesmo grupo do jornal.

Gaúcho de Rosário do Sul, onde viveu por quase 18 anos, Mr. Gomelli tem o Grêmio como o seu time predileto de futebol. Saiu de sua cidade natal para fazer um curso técnico em Alegrete, onde morou por seis meses. De lá, foi para Cruz Alta cursar Jornalismo na Unicruz. Concluído o curso, está trabalhando e morando hoje em Santo Ângelo.

Descobri o Mr. Gomelli por meio de seus comentários no blogue O que se pode dizer, da Marina Brito. As suas opiniões interessantes foram um convite para conhecer o seu blogue. E fui visitando e gostando dos textos que ele escreve. Tenho certeza de que vocês também vão gostar do moço. Para começar, vamos conhecê-lo um pouco nesta entrevista? Depois não deixem de ir ao blogue dele.

Máquina de Letras: Quem é Mr. Gomelli?
Mr. Gomelli: Igual a todo mundo sendo diferente dos outros. É muito difícil definir a si próprio. Acho que Mr. Gomelli é só um aprendiz da vida, um sonhador.

MDL: Como surgiu a vontade de ter um blogue?
Mr. Gomelli: Olha, eu sempre gostei de escrever e também sempre tive formas diferentes de pensar sobre certos temas. Algumas opiniões são meio polêmicas. Mas inversamente proporcional ao meu gosto pela escrita, é meu gosto pela fala. Sempre fui bem quieto. Então, os textos são uma forma de eu expor minha opinião sobre as coisas da vida. A vontade foi aumentando com os anos de faculdade e no último ano (2009) eu finalmente tomei coragem e criei o blogue.

MDL: Dois temas se destacam no seu blogue: o jornalismo e o futebol. Dá para perceber que são suas paixões. Como surgiu o seu interesse por essas áreas?
Mr. Gomelli: O futebol é algo que eu sou apaixonado desde que me entendo por gente. Não só o futebol, mas qualquer esporte. Por isso escrevo sobre isso, embora eu tente fugir do tema, pois a intenção do blogue é falar sobre tudo. Até criei outro blogue* há pouco tempo para falar só sobre futebol, mas meio que abandonei a ideia. O Jornalismo foi algo que eu fui me interessando aos poucos por gostar de escrever. Aí quando chegou aquele momento de escolher uma profissão, eu escolhi jornalismo, embora tenha ficado em dúvida com outros cursos, como Letras, por exemplo. Mas a opção pelo Jornalismo foi mais em função de poder ficar próximo também do esporte.
* Blogue A letra do gol

MDL: Quis ser jogador de futebol?
Mr. Gomelli: Acho que 90% dos garotos têm essa vontade na infância. Aí os gostos vão se aperfeiçoando e as habilidades naturais aparecendo. Aí vamos por outros rumos. Eu, obviamente, também sonhei com isso. Mas nunca tive muitas oportunidades e quando ia ter, acontecia algo para atrapalhar.

MDL: Joga futebol nas horas livres ou pratica outra modalidade esportiva?
Mr. Gomelli: Sempre que posso eu jogo futebol. No colégio jogava basquete também e depois participei de um time lá da minha cidade, mas hoje em dia só o futebol mesmo. É difícil pra eu ficar sem um joguinho de vez em quando. É uma paixão, não tem jeito. E temos que procurar fazer as coisas que nos dão prazer. O futebol é isso pra mim.

MDL: Por que o Grêmio é o seu time de futebol predileto?
Mr. Gomelli: Esse é o tipo de coisa que não tem como explicar. Acho que as pessoas que não gostam tanto de futebol podem não entender, mas o sentimento por um clube, quando é forte como o que eu tenho pelo Grêmio, é algo que não se pode explicar, apenas sentir.

MDL: Qual jornalista você possui admiração e considera um bom exemplo de profissional. E por quê?
Mr. Gomelli: Considero David Coimbra um mito. Ele é do grupo RBS, trabalha no jornal Zero Hora. Lendo as crônicas e os contos dele que eu criei mais motivação para escrever. De infância assim, aprendi a admirar o Galvão Bueno. Vejam vocês, alguém tão odiado hoje em dia. Mas é que tinha o sonho de ser narrador de futebol, hehe, aí me tornei fã dele.

MDL: Qual reportagem que mais gostou de fazer?
Mr. Gomelli: Poxa, são tantas. Fica difícil até lembrar. Quando eu trabalhava em uma revista em Cruz Alta ainda, eu fiz uma sobre bocha (um esporte pra quem não sabe). Gostei muito de fazer porque foi algo diferente, pouco difundido. Das mais recentes, fiz três matérias especiais sobre a rivalidade Gre-Nal*, com torcedores dos dois times, que também gostei muito. É difícil fugir do âmbito esportivo. Mas este ano também fiz uma série de reportagens com colecionadores. Foi muito legal. Tinha coleção de troféus, réplicas de carros, facas, rádios antigos, entre outras coisas. Eu gostei muito de conhecer essas paixões de algumas pessoas.
* Times de futebol gaúcho: Grêmio e Internacional

MDL: Como foi a experiência de morar longe da família para estudar jornalismo?
Mr. Gomelli: Foi difícil no começo. Até escrevi um texto no blogue no dia que mudei de Cruz Alta pra Santo Ângelo, lembrando como foi a chegada a Cruz Alta. O dia que me vi sozinho, sem ninguém da família por perto. É tudo diferente, tudo novo, mas aos poucos a gente vai se acostumando e aprendendo a se virar sozinho. Não me arrependo. Acho que me fez crescer muito, amadurecer e isso foi muito bom.

MDL: O que Rosário do Sul, Cruz Alta e Santo Ângelo têm em comum? E o que não possuem?
Mr. Gomelli: Em comum acho que a coisa de cidade gaúcha mesmo. Muita ênfase no tradicionalismo, na nossa cultura e também no interesse pelo meio rural (agricultura e pecuária). De diferente? Bom, são três lugares bem diferentes. Rosário é uma cidade calma. Têm poucas oportunidades, pois não há universidade lá e poucas empresas. A gente sempre diz que é uma cidade para aposentados e crianças... hehe. Cruz Alta eu nunca gostei muito. Poucas oportunidades de entretenimento e apesar de ter a Universidade, também têm poucas oportunidades de emprego. Santo Ângelo, mesmo sendo do mesmo tamanho de Cruz Alta, parece ser muito maior. O clima da cidade é de cidade grande. Tem comércio forte, bastantes empresas, muitas opções de entretenimento e um foco no turismo, que é bem legal. Já escrevi que me apaixonei pela cidade. Acho que se não aspirasse a coisas maiores profissionalmente, não mudaria mais daqui.

MDL: Que sonhos você quer realizar?
Mr. Gomelli: Bah, são tantos! Eles se multiplicam e vão sendo substituídos ao longo do tempo. Acho que dos que eu tenho, os que persistem e devem durar por um bom tempo é crescer profissionalmente e ter minha família (esposa, filhos, cachorros, etc.). Um dia eu chego lá. Ah, outra coisa que sempre tive vontade é de morar na Espanha. É um país que sempre me interessou e pretendo um dia conseguir viver e trabalhar como jornalista lá.

MDL: Se a blogosfera não existisse, o que você imagina que estaria fazendo?
Mr. Gomelli: Não sei. Acho que escrevendo em algum outro lugar. Ou pensando em algo do tipo para colocar os textos.

MDL: Você vive mais no mundo virtual ou no real?
Mr. Gomelli: O mundo virtual tem tomado muito meu tempo. Além da blogosfera, tem o twitter e MSN que ocupam um bom espaço de tempo no meu dia. Mas tento não me desligar da realidade. Afinal, vivemos efetivamente nela né.

MDL: Teve problemas com outros blogueiros ou leitores? Por exemplo, receber comentários que ofenderam você?
Mr. Gomelli: Até hoje não. Até esperava algo do tipo em alguns textos, mas nunca aconteceu. Mas sei que uma hora vai acontecer. Faz parte.

MDL: O que você não escreveria no seu blogue?
Mr. Gomelli: Bah, já escrevi tanta coisa. Pergunta difícil essa hein. Pensando bem, um texto exaltando o Inter (rival do Grêmio) é quase impossível de aparecer por lá. Também acho que não deve aparecer nada ofensivo contra outras pessoas por lá. Coisas desse tipo. Hehe...

MDL: Qual o melhor conselho que recebeu e deseja dizer para nós?
Mr. Gomelli: Acho que o melhor conselho foi o de estudar e ir atrás do que se quer. Minha mãe sempre dizia que eu tinha que estudar e me dedicar aos estudos, que através disso eu estaria apto a ir atrás dos meus sonhos. Não dá pra ficar esperando as coisas caírem do céu. Acho que é isso.

Obs.: Entrevista realizada por email.

Lu Vieira

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