sexta-feira, julho 11, 2008

Sabedoria em Itajaí


Semana passada eu fui desafiadpassada eu fui desafiado pelo Jefferson a escrever um conto sobre Itajaí. A cidade que recentemente eu havia visitado. Por causa da minha tosca interpretação em vez de um conto saiu uma crônica e agora após uma maravilhosa revisão efetuada pelo meu amigo ofereço a vocês um conto conforme era a nossa intenção original.



Ele cruzou as ruas sem prestar muita atenção no mundo ao redor. Afinal, não era um bairro que se destacasse pela beleza. Em grande parte ocupado por casas de madeira e terrenos baldios. O céu estava baixo, formado por nuvens plúmbeas, pesadas e pouco amistosas. De certa forma o dia e seu estado de espírito compartilhavam as mesmas vibrações. Apesar do vento frio sentia o suor brotar de seu corpo. O tempo era escasso e as pernas movimentavam-se com uma celeridade que há muito não estavam acostumadas. Começou a ofegar.
Bateu palmas em frente ao portão. Uma senhora de cabelos brancos e olhos azuis de uma cor tão pura e cristalina que se tornava difícil encará-los, pois o medo de perder-se ali dentro era imenso. Sentiu que aquela serenidade que eles passavam não era nem o princípio do abismo que eles continham. Foi acolhido com o carinho de um abraço apertado. Não sabia ao certo o que ela era ou mesmo o que desejava. Entretanto, não desconfiava de nada que viesse daquela descendente de açoreanos. Talvez fosse bruxa ou curandeira ou até mesmo as duas coisas. Ela falava com os espíritos e manipulava as ervas. Mesmo envolvida em, todos aqueles mistérios a casa o abraçava com o conforto e a segurança que ele tanto almejava pra sua vida.
Um viajante por natureza percorre a terra não em busca de paisagem, mas à procura de pessoas. Pessoas como aquela senhora cujos longos diálogos em que a experiência de vida serve de base para conselhos úteis e sinceros. Naquele momento ele viu que sabedoria era algo que não se podia conter. O conhecimento pode ser escondido ou ostentado sem que isso signifique compartilhá-lo, mas com a sabedoria é diferente. Ela flui suavemente sem que o sábio nem ao menos perceba o que está acontecendo. E o que é feito destas emanações? É algo que só quem está ao redor da fonte decide o que fazer com o que recebe. É como ganhar uma faca de presente. A pessoa pode usá-la para fazer comida e reparos ou pode usá-la como arma mortal.
No meio de toda aquela admiração, depois de um lauto almoço e surpreendente sobremesa a base soja, eis que se deparou com a inusitada situação de ver um sábio a o rondar em busca de informações. E percebeu que até mesmo os sábios têm suas dúvidas e inseguranças e quando o assunto são os filhos o amor tende a turvar até os olhos mais límpidos. Mesmo que tenham feito todo o possível e pautado seus atos no amor e no bem-estar da prole, ainda assim a dúvida cerca-os e rói suas certezas. Nesse momento o mais sábio dos seres iguala-se ao mais comum dos mortais e fica mudo perante a questão que eles propõem a si mesmos. O que fazer? Sem saber que não há mais nada a ser feito, pois tudo o que era necessário era agir com amor e isso já tinham feito.
Passeando por Itajaí ele descobriu que a sabedoria não era perfeita nem egoísta e isso foi bastante para fazer a viagem valer a pena. Outras viagens viriam e com elas novas experiências e novas viagens e novas experiências e...

10 comentários:

  1. Guapo!!!
    Saudade de conseguir parar por aqui com tempo...

    =/

    Presente pra vc no meu bloguito!!!

    Besos...

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  2. viu?
    vc foi desafiado e nós que ganhamos com isso.

    eita mundod bão.. né sebastião?

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  3. E depois esse cara ae fala q é escritor amador...

    Rá, tá querendo enganar a quem, cara pálida?

    1 abraço, continue assim...

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  4. Enxaqueca vou correndo lá pra ver o que é.
    Besos.

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  5. Cruela ainda bem que é assim. E se qualquer dia der vontade de participar fique a vontade.
    Um abraço.

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  6. Com certeza amador. E chegando a conclusão que não existem grandes escritas, mas grandes revisões.
    Um abraço.

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  7. o mais comum dos mortais
    é o mais sábio dos seres
    um viajante por natureza
    percorre a terra
    não em busca de paisagem
    mas à procura de pessoas
    um sábio por natureza
    é o que viaja nas pessoas
    e encontra-se a si mesmo

    abç, f

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  8. Flam gostei do teu comentário. Resumiu tudo o que eu levei uma página inteira pra descrever.
    Um abraço.

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