O prato do dia é miojo, ou seja lá como se chama esse macarrão de preparo instantâneo que é tão barato e salva a vida das pessoas solteiras. Quinto andar, copa, 300 metros quadrados de área quase livre, uma pia, uma geladeira, um microondas, quatro mesas de quatro lugares. Quase vista pro mar. Dá pra ver alguns pedaços da baía.
Pego o prato mais fundo que tem. Ponho água. Com esforço rasgo o maldito pacote de macarrão que teima em não abrir. Ele rasga de fora a fora, espalha macarrão sobre a pia. Jogo a massa no prato. Quebro-a um pouco mais, mesmo assim ficam pedaços projetando-se de dentro da água.
Procuro o tempero. Não está no pacote. Não está na pia. Não está no chão. Maldita empresa picareta. Esqueceram de colocar o pacotinho de tempero. A comida já não teria gosto de nada com o uso do tempero pronto, agora então seria uma coisa disforme sem sal e sem açúcar.
Coloquei o prato no microondas e liguei. A comida rodou e rodou e rodou. No meio da preparação abri a máquina e mexi a comida, afundando os pedaços rebeldes. Liguei novamente. E deixei ir até o fim. Abri a porta e um bafo quente saltou em meu rosto. A água havia transbordado. Catei papel toalha e limpei a lambança.
Um amigo viu que eu não tinha o tempero e ofereceu-me um que sobrava em sua mesa. Temperei a gororoba e comi.
Não tinha gosto de nada.
Estava perfeito.
Pego o prato mais fundo que tem. Ponho água. Com esforço rasgo o maldito pacote de macarrão que teima em não abrir. Ele rasga de fora a fora, espalha macarrão sobre a pia. Jogo a massa no prato. Quebro-a um pouco mais, mesmo assim ficam pedaços projetando-se de dentro da água.
Procuro o tempero. Não está no pacote. Não está na pia. Não está no chão. Maldita empresa picareta. Esqueceram de colocar o pacotinho de tempero. A comida já não teria gosto de nada com o uso do tempero pronto, agora então seria uma coisa disforme sem sal e sem açúcar.
Coloquei o prato no microondas e liguei. A comida rodou e rodou e rodou. No meio da preparação abri a máquina e mexi a comida, afundando os pedaços rebeldes. Liguei novamente. E deixei ir até o fim. Abri a porta e um bafo quente saltou em meu rosto. A água havia transbordado. Catei papel toalha e limpei a lambança.
Um amigo viu que eu não tinha o tempero e ofereceu-me um que sobrava em sua mesa. Temperei a gororoba e comi.
Não tinha gosto de nada.
Estava perfeito.
P.S.: Caso realmente queira uma receita de macarrão instantâneo clique aqui.
Gostou do texto? Cadastre-se ali no topo à esquerda e receba mais posts no seu email. É grátis!
A little detail, my friend, the comma after ou seja is unnecessary.
ResponderExcluirObrigado Jefferson, já vou editar essa coisa.
ResponderExcluirCaro amigo prefiro mil vezes enfretar a cozinha do que comer miojo isso é muito ruim.
ResponderExcluirPra quem passou um trabalho e tanto para fazer miojo,era mais facíl então fazer um macarrão de verdade com um tempero de verdade,mesmo que seja só pra mim é melhor que comer vento.
Sou uma gaúcha fã de macarão e de churrasco,não me importo de fazer com quer um só para mim,pois quem diz que Mulher solteira não sabe se virar.
Um abraço.
nossa, miojo no microondas? jesuis, essa tal modernidade é mesmo um atentado aos velhos costumes! eu não uso microondas pra nada, sou uma cozinheira bem da antiquada mesmo... hehehe
ResponderExcluirbeijo.
Na empresa o que tem pra usar é só o microondas mesmo. Quem sabe agora eu tomo coragem e passo a cozinhar e levo uma comida caseira pro serviço.
ResponderExcluirE nem me convidaste? Snif snif... da proxima me convido eu mesma!!! E ve se caprixa mais....
ResponderExcluirBjs meus
Diva; pode deixar. Farei um trinamento intensivo em culinária de emergência e te convido pra próxima aventura.
ResponderExcluirQue medo de ser tempero de alguém...
ResponderExcluirNunca pensei que preparar um miojo pudesse dar tanto trabalho... Que aventura!
ResponderExcluirBeijo.
Muita aventura por tão pouco prazer.
ResponderExcluirÉ a sobrevivência do mais preguiçoso.
Olá Alves, depois de ler seu último texto no Leia Livro, procurei seu blog e continuei lendo seus escritos. Bem, considerando-se que o miojo sem tempero é como o papel em branco, onde o escritor cozinha as letras com alho e salsinha, aventuro-me a dizer que seu tempero está perfeitamente "al dente". Abraços - até a próxima visita.
ResponderExcluirUi, ui, isso é seres marinheiro de água doce (é assim que se diz?)!!
ResponderExcluirO texto está simplesmente perfeito, como o final... Adorei!!!