segunda-feira, outubro 26, 2009

Adeus à infância

Abandonada entre diversos objetos que deixaram de ser utilizados na minha vida cotidiana, encontrei a minha agenda amarela com o “Snoopy” na capa que usei em 1993 e 1994. Folheando as páginas, emoções tomaram conta de mim. Nela estão registrados os meus compromissos, os pensamentos, as mensagens ou os recadinhos que recebi de minhas amigas, os meus “grandes” feitos tais como a primeira vez que assinei um cheque, a primeira vez que fiz vestibular... Coisas que não seria capaz de lembrar nos dias de hoje. Graças às anotações na agenda, estou tendo a oportunidade de relembrá-las. E lá também está uma poesia de minha autoria. Logo eu que sou ruim nessa área. Bom mesmo em poesia é o Hélio Cabral, um dos colaboradores deste blog. Registrei a poesia no dia 7 de julho de 1993 na agenda. Mas não foi nesse dia e ano que eu a criei. Não lembro exatamente quando isso aconteceu. Apenas que ela foi criada para o trabalho da disciplina de Português no colégio onde estudei boa parte da minha vida. Bem, chega de “blá, blá, blá”, vamos à leitura da poesia e espero que gostem:

De repente,
Deixo as bonecas no chão,
Deixo de brincar de casinha,
Deixo aquela vontade de brincar à toa.
O que será que houve comigo?

De repente,
Muda alguma coisa no meu corpo.
Parece que estou no corpo errado!
O que será que houve comigo?

De repente,
Começo a notar que meus amiguinhos são bonitinhos.
Parece que eu estava precisando usar óculos!
O que será que houve comigo?

De repente,
Dá aquela vontade de comprar uma agenda ou até um diário.
Nunca gostei de escrever numa agenda.
O que será que houve comigo?

De repente,
O beijo na boca que sempre via dos meus pais se torna emocionante.
Não vejo a hora de sentir essa emoção!
Espere! Nunca estive ansiosa por esse beijo.
O que será que houve comigo?

De repente,
Falo apenas dos meninos com as minhas amigas.
O que será que houve comigo?

De repente,
Coloco batom,
Compro roupas e sapatos que estão na moda.
Eu sempre comprava doces!
E não ligava muito para o mundo da moda!
Nem era tão vaidosa!
O que será que houve comigo?

De repente,
Dançar, ir ao cinema e tomar lanche com os meus amigos
Estão se tornando meus passatempos prediletos.
O que será que houve comigo?

De repente,
Ficar com papai e mamãe já era.
Agora, é a hora da independência.
O que será que houve comigo?

Mãe, está me entendendo?
Pai, está me entendendo?

O quê?
Não estou mais vivendo na infância?
Já fiquei adulta?
Entrei direto na velhice?
Não! Não! Não!

Lu Vieira

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sexta-feira, outubro 23, 2009

Citações Nº 35. Aldous Huxley


"A castidade é a mais anormal das perversões sexuais."

(Aldous Huxley)

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segunda-feira, outubro 19, 2009

O contador

O contador é aquele que narra alguma coisa, conta histórias. Também tem outro tipo de contador. É aquele que trabalha com números, ou seja, conta números, um contabilista. Hoje existe curso superior de Ciências Contábeis para formar o contador. No escritório do meu pai há um certificado colocado em moldura e pendurado na parede, veja:



É o Certificado de Habilitação de Guarda-Livros do meu avô paterno, obtido em 1932. Nessa época o guarda-livros é o equivalente ao contador de hoje.

Lu Vieira

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quarta-feira, outubro 14, 2009

Museu histórico de Itajaí

De novo a trabalho na cidade aproveito para perambular por suas ruas e conhecer um pouco do seu passado. E que lugar melhor para conhecer o passado de uma cidade do que o seu museu.

Numa hora de folga saí do hotel e aproveitei o maravilhoso dia de sol para me aventurar nas ruas de Itajaí. Foi fácil encontrar o Museu Histórico de Itajaí. Ele fica bem no centro da cidade. O calçadão passa em frente e a catedral é a vizinha do outro lado da rua. As chances de não encontrá-lo são praticamente nulas.

Quando cheguei ainda havia duas turmas de ensino básico visitando o local. Foi interessante observar como as crianças se interessam pelo que não conhecem e como as professoras dedicavam tempo e atenção a esclarecê-los sobre tudo o que viam.

O acervo contém objetos de uso familiar, impressos, propagandas, móveis, pistolas, espadas e obras do artista Dide Brandão. As exposições localizam-se no térreo e no primeiro andar. Há anos estive neste mesmo prédio e era mantida uma exposição no porão, mas após a enchente de 2008 ela foi desativada. Os objetos passaram por uma recuperação e no momento estão aguardando a inauguração de um novo museu que irá abrigá-los.


Museu Histórico de Itajaí.









Oratório






E um retrato, obra de Dide Brandão, da primeira miss Santa Catarina, Carmem Ehrhardt, a ficar entre as quatro finalistas do miss brasil.

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terça-feira, outubro 13, 2009

Este é um blog bom pra ler


Ganhei esse selinho da Carla, do blogue Leitura mais que obrigatória. Obrigado, moça.


Então vamos lá cumprir nossas obrigações.


  • Qual o livro que está lendo ou qual o último que leu?

Lendo "A árvore que dava dinheiro" de Domingos Pellegrini. Esse livro faz parte da coleção Vaga-lume, creio que muitos já tiveram contato com essa coleção na escola. No momento reunimos a família, e eu e minha esposa nos revezamos na leitura da história, nossa filha acompanha até pegar no sono.


  • Qual o livro preferido?

"O egípcio" de Mika Waltari. Um livro muito bem escrito que sempre toca o meu coração e me lembra do que é constituída a humanidade.


  • Autor, capa, recomendação ou sinopse?

Primeiro vem as recomendações, mas se já conheço o autor e ele me agrada compro assim que possível.


  • Aquele que não sai de sua cabeceira?

O que eu estiver lendo no momento.


  • Escritor preferido?

Charles Bukowski.


  • Eu não recomendo...

Auto-ajuda.


  • Este selo vai para...

Pra quem quiser participar. É só pegar e se divertir.



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segunda-feira, outubro 12, 2009

Não dê esmola

Você já viu uma placa como esta?



A placa acima está instalada ao lado dos semáforos das principais ruas de Joinville, minha terra natal. É um trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência Social e faz parte do Programa Porto Seguro. Este é o link que trata do lançamento da campanha "Não dê esmola. Ajude de verdade": http://www.cvj.sc.gov.br/index.php?goto=noticias_view&cd=3654view&cd=3654


O meu último post, do dia 05 de outubro, tratava sobre os pedintes e que devemos cobrar mais ações do governo para ajudar o seu povo. A campanha em questão não é uma iniciativa boa do governo municipal? Cabe ao povo joinvilense acompanhar esse trabalho.


Lu Vieira


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quarta-feira, outubro 07, 2009

Onde comer em Blumenau. Pizza

Caso você venha para a Oktoberfest ou simplesmente esteja a trabalho e não conheça nada de Blumenau deixo aqui a recomendação de um lugar que gosto de freqüentar quando estou na cidade. Ontem jantamos em três lá. Uma pizza gigante de cinco queijos, calabresa e peperoni acompanhada de uma coca light. Saiu R$ 10,00 por pessoa. Posso dizer que éramos três homens bons de garfo e mesmo assim tivemos dificuldades para terminar a pizza. Muito queijo e calabresa. Realmente ela faz jus a denominação de gigante. A pizzaria fica perto do centro, tem estacionamento próprio, a pizza é uma delícia e o preço não pesa no bolso.


Ai segue uma foto da placa do local com alguns preços.


S5035822.JPG


Ai abaixo um mapinha com a localização aproximada do local.



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terça-feira, outubro 06, 2009

Blumenau de novo

Então mais uma vez graças ao meu trabalho retorno a esta linda cidade. Agora em uma época de festa e comemorações, quando o chope gelado da região está a disposição do paladar de todos aqueles que desejam se aventurar a experimentar novas texturas e sabores. É hora de desenferrujar as juntas e dançar tudo o que puder e o que for possível também. A vocês que tem a chance de vir a Blumenau no período da Oktoberfest recomendo que não deixem essa oportunidade passar e venham conhecer a gastronomia e um pouco da cultura desse povo.


Uma das coisas legais dessa nova viagem é que fugimos um pouco da BR-101 fazendo um outro caminho. Passando por Canelinha e Brusque. A estrada esta boa e vale pena curtir a paisagem. Abaixo segue um mapa com o caminho que fizemos.



E aqui a foto de uma igreja à beira da estrada.



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segunda-feira, outubro 05, 2009

Os pedintes

A inspiração para escrever este texto partiu da leitura feita na carta aberta de Eliane Sinhasique para o Renato Aragão, o Didi. Muitos receberam a carta por e-mail. A Eliane tem um blog e a carta está lá. Este é o link: http://sinhasique.zip.net/arch2008-09-21_2008-09-27.html Leia a carta dela para que você possa ler também o meu.

É difícil ficar um dia sem receber pedidos de doação em dinheiro, alimentos, roupas, materiais de construção, livros ou materiais escolares. Existem tantos impostos no Brasil que deveriam ser suficientes para suprir as necessidades básicas do povo. O dinheiro arrecadado está sendo mal usado ou roubado. Como nem todos os brasileiros têm acesso à educação, eles não sabem acompanhar as ações do governo e nem cobrá-lo. Em minha opinião, a educação é a base para se dar bem na vida. É com o estudo que o homem saberá cuidar de sua saúde, gastar melhor o seu salário, ter interesse em buscar novos conhecimentos, escolher uma profissão que lhe satisfaça, decidir o que fazer a cada situação da vida, etc. Educação deveria ser vista como investimento e não como despesa. Se os olhos do governo se voltassem para a educação, consequentemente os professores teriam mais ânimo e gosto de exercer a profissão e receberiam um salário melhor. Assim como a Eliane Sinhasique, sou a favor das escolas com horário integral para que as crianças tenham outras atividades tais como as artes e os esportes. A partir dali elas podem definir melhor o curso superior que deseja estudar. Sou ainda a favor de valorizar os cursos técnicos de nível médio. É uma forma de ir descobrindo e testando se a profissão lhe agrada.

Há diversas formas de esmolar. Podem ser feitas pessoalmente, por meio da televisão, rádio, jornais, internet, telefone ou carta. As entidades sem fins lucrativos que ajudam de alguma forma as pessoas com algum tipo de necessidade costumam pedir doação por carta, anexando boleto bancário ou solicitando o débito em conta bancária. Incrível! É como se essas doações virassem impostos. Quem faz doações mensais, deve verificar se o seu gesto surte bom efeito. Se doa há muitos anos, o problema pode não estar sendo resolvido de forma adequada.

Doações. Muitas doações. Das pessoas que se dirigiam pessoalmente em minha residência, as falas eram muito rápidas e decoradas. Procuro não doar em dinheiro. Costumo perguntar qual é a finalidade. Se responde que é para comprar comida, ofereço o que tenho em casa em vez de dar dinheiro. Se são remédios, peço a receita para eu mesma comprar na farmácia. Nem todos aceitaram o meu oferecimento. Arrumaram uma desculpa e foram embora.

Certa vez, eu estava lanchando na rodoviária de São Bernardo do Campo (SP), enquanto esperava o meu ônibus. Veio em minha direção uma mulher que pediu dinheiro. “Pra quê?” Ela respondeu que estava com fome. Então, ofereci comprar os salgadinhos da lanchonete onde eu comia e ela poderia escolher o que quisesse. Surpreendentemente, ela disse: “Não quero”. Desejava um “prato feito”, composto de arroz, feijão, algum tipo de carne, batata-frita e saladas. Perguntei onde tinha isso. Respondeu apontando com o dedo indicador: “É só atravessar a rua que ali tem um restaurante com prato feito”. Não consegui ver o lugar direito. “Sinto muito, não posso sair da rodoviária, pois o meu ônibus pode aparecer a qualquer momento”. Ela foi embora e continuou a abordar outras pessoas. Se a mulher estava com fome mesmo, ela aceitaria comer qualquer coisa. Nunca se sabe qual é a verdadeira intenção das pessoas. Não dá para confiar 100%.

Falando em veracidade e confiança, nem sempre vamos saber se ajudamos de acordo com a história do pedinte. Uma vez a minha alma se alegrou muito para uma pessoa que mereceu ser ajudada. Estava de folga na casa de meus pais e havia visto na TV e no jornal sobre uma família que perdeu tudo o que possuía em casa num incêndio. Dias depois, apareceu uma mulher de bicicleta batendo palmas em frente à casa de meus pais. Lá fui eu atendê-la. Certamente era mais uma pedinte. Ela não pediu dinheiro. Necessitava de roupas e de qualquer coisa que eu não usasse mais. Era a mulher que eu vi na TV. Logo iniciamos um bate-papo. Doei minhas coisas. Em bom estado, claro. Pedi para ela voltar outro dia, pois minha mãe não estava em casa e poderia dar mais para ela. Graças ao que havia visto na TV e no jornal, eu tinha uma forma de checar que a história dessa mulher era verdadeira.

Não sou contra a doação. Sou contra ao excesso de pedidos de doações, pois isso mostra que o governo não faz a sua parte. Palmas para a Eliane Sinhasique por sua brilhante e corajosa carta. Está mais que na hora de cobrar mais do governo. E acompanhar as suas ações.


Lu Vieira

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quinta-feira, outubro 01, 2009

Por que odeio Águas de Palhoça?

E o que a princípio poderia ser uma boa idéia revela-se uma grande lambança. Pra quem não sabe, a distribuição de água e o tratamento de esgoto em Santa Catarina eram exploradas pela Casam uma estatal que detia o monopólio sobre esses serviços. Um dia um iluminado sugeriu que seria melhor para os municípios que cada um tivesse sua própria compahia de abastecimento e tratamento. Ponto pra ele. É claro que o foco não era o bem estar público, mas a criação de mais um cabide de empregos municipais. Onde os caciques locais poderiam pendurar os seus capangas eleitorais.


A autonomia para gerir os recursos hídricos e aplicar as verbas de acordo com as necessidades da população e os ideais declarados, foram esquecidos imediatamente após a criação das companhias municipais.


Essa pequena introdução foi para mostrar como surgiu a companhia Águas de Palhoça. O fato de odiá-la deve-se a alguns pequenos fatos tais como minha conta de água ficou mais cara, não existe atendimento de emergência aos domingos, a manutenção é terceirizada e quando tu ligas em busca de auxílio uma empresa fica empurrando para a outra e ninguém assume a responsabilidade sobre nada.


E o meu caso foi bem simples, chuva torrencial no sábado e a tubulação de esgoto da minha rua entupiu. Embaixo d'água não havia muito o que fazer, por isso nem me estressei. Porém no domingo a chuva tinha parado e o esgoto vazava a céu aberto. Liguei para a empresa e me informaram que não atendiam esse tipo de emergência nos domingos e que a minha solicitação seria repassada aos responsáveis na segunda-feira. Segunda cheguei de tarde em casa e a situação continuava a mesma. Liguei novamente pra empresa e me disseram que existia uma única solicitação de conserto, feita pelo Fulano na tarde daquele mesmo dia. Espinafrei a atendente e reforcei o pedido de manutenção. Terça-feira entrei no site da companhia e registrei uma reclamação. Até o momento não houve retorno.


O problema só foi resolvido na tarde de terça feira. E é por essas e outras que eu odeio a Águas de Palhoça.