quarta-feira, outubro 29, 2008

Ayua. Parte II

- Dor?! O que você está falando? O que você quer de mim - perguntou enquanto sentava na cama e encolhia as pernas para junto de si.
- Meu nome é Ayua. Como eu já disse, eu sou um alienígena. Não necessariamente isso quer dizer que eu seja de outro planeta. Eu sou daqui da Terra mesmo. Apenas vivo em um outro plano de existência. Há muito tempo perambulo solitário pelo meu mundo. E o tédio tornou-se tão grande que já não o suporto mais. Dessa forma quando o encontrei vi em você uma chance única e decidi entrar em contato com a espécie humana para sanar minhas angústias.
- E o que eu tenho a ver com isso?
Sem demonstrar afetação ou mesmo mudar o tom de voz ele declarou de forma clara:
- Eu necessito do seu corpo para que eu possa me estabelecer em seu mundo. Não é nada pessoal. Só que você é saudável e como através dos seus sonhos eu encontrei um portal aberto para o seu mundo, isso acaba indicando você como o espécime ideal para meus planos - estendeu os braços adiante enquanto deslizava em direção a cama.
Houve um grito de pavor verdadeiro no mundo real. Enquanto na mente do futuro hospedeiro uma batalha era travada. O som do grito desvanecia na atmosfera e duas mentes executavam um duelo de morte. Ayua sempre existira como um ser imaterial. O intangível era o seu habitat. Era uma luta muito desigual e por isso mesmo injusta. Do alto de uma crueldade infantil a entidade fez nascer a ilusão de que poderia ser derrotada. De que haveria uma esperança para sua vítima. Porém isso não demorou mais do que um efêmero instante que foi seguido pela total obliteração da consciência adversária.
Estava feito. A batalha fora vencida. O corpo tinha agora um único habitante. E Ayua teria se sentido feliz, não fosse um pequeno detalhe. Em toda sua existência ele nunca possuíra um corpo de verdade. Sempre existira como um conglomerado de idéias, lembranças e energia que vagava imerso em um universo imaterial.


Continua...

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8 comentários:

  1. E não é q o negócio tá ficando melhor? Só me pergunto pq "só" 3 partes, hehehe, pois o conto tem potencial.

    Só uma dica de última hora, evite ao máximo palavras terminadas em "mente", pois interrompem o ritmo da leitura e a elevam a um nível mais didático.

    1 abraço.

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  2. De fato, Jefferson, enqueanto eu escrevia o conto passou-me pela cabeça a idéia para uma história mais longa com o nosso alienígena. Quem sabe se num futuro próximo nçao o encontraremos em outras aventuras?
    Obrigado pela dica. Vou elaborar uma revisão ainda hoje.
    Um abraço.

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  3. Eh Luciano!! Muito bom este conto. E enquanto lia, imaginei este conto em formato banda desenhada. Demais!!!!
    Beijos

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  4. Não sabes, mas eu sou DOIDA por banda desenhada!

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  5. Também curto banda desenhada ou histórias em quadrinhos como se diz no Brasil. Vou procurar pela blogosfera um desenhista que se habilite a transformar um conto em desenhos.
    Um abraço moça.

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  6. e ós pois? tô esperando a continuação, bora pra lá escrever que vc escreve bem pra caramba, ahhh fora a mente mente mente ehhhhhhhhhh

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  7. Laura já está pronto o final da história. Divirta-se.

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  8. Nossa...Curiosa!!!↑↑

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Se você se deu ao trabalho de escrever então nós iremos responder.